Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participa de coletiva de imprensa em Brasíli| Foto: Reuters

Apesar da desaceleração da economia, ainda há um descompasso entre os níveis de oferta e demanda e o Banco Central precisa atuar para suavizar pressões de preços, afirmou nesta terça-feira o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

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"É importante suavizar o ritmo de crescimento da demanda, para que sejam contidas pressões sobre os preços", disse ele na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Segundo Tombini, a inércia inflacionária herdada de 2010, devido sobretudo aos preços das commodities, o aumento nos preços domésticos de serviços e os reajustes de salários em alguns setores em níveis acima da produtividade são alguns dos fatores que estão criando pressões na inflação.

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Os investimentos realizados recentemente, disse, não foram ainda capazes de equacionar o descompasso entre oferta e demanda decorrentes do aquecimento da economia em 2010.

Tombini destacou que o setor de varejo vêm apresentando elevadas taxas de crescimento e que o forte mercado de trabalho também sinalizam que a dinâmica da economia segue aquecida.

"Há evidências de que alguns segmentos econômicos já enfrentam o desafio de encontrar profissionais, principalmente aqueles que demandam mão de obra mais qualificada", disse.

Em outra frente, argumentou, recentes episódios internacionais --como a tragédia no Japão e os conflitos em países árabes-- exigem uma análise mais complexa sobre os eventuais impactos disso nos preços.

"A economia global navega em um ambiente de reconhecida complexidade", disse, reiterando que o tema da inflação voltou a ser uma preocupação global.

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No caso brasileiro, disse Tombini, a inflação acumulada em 12 meses tenderá a permanecer em patamares mais elevados até o terceiro trimestre deste ano.

E, para evitar que o excesso de entrada de capitais acirre as pressões inflacionárias, o BC continuará agindo em duas frentes. Numa, esterilizando a entrada de moeda comprando dólares para aumentar as reservas internacionais.

Em outra, mitigando riscos em algumas modalidades de crédito ao consumo, com medidas macroprudenciais, como as que foram tomadas no final de 2010.