Os trabalhadores do transporte público em greve na Grécia paralisaram ônibus, trens e metrôs por seis horas nesta terça-feira, em protesto contra as medidas de austeridade que estão sendo implementadas para combater a crise de dívida do país.

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Uma nova pesquisa de opinião indicou que 61 por cento dos gregos se opõem à decisão do governo de pedir ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) - uma medida que deve acarretar cortes ainda mais agressivos nos gastos públicos. Na segunda-feira, a greve de estivadores impediu que centenas de turistas voltassem aos seus navios.

Depois de ficar semanas negando a ativação do pacote de resgate de 45 bilhões de euros, o governo grego cedeu à pressão do mercado na sexta-feira e oficializou um pedido de ajuda.

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O clamor popular irritou alguns investidores, que temem que as medidas de reforma possam ser atrapalhadas se a agitação social crescer ao nível dos protestos que paralisaram Atenas por semanas em dezembro de 2008.

"Nós denunciamos as medidas anti-populares anti-trabalhistas do governo", disse a federação de transporte público OSME em comunicado, opondo-se aos planos de elevar a idade de aposentadoria e reduzir o valor desses benefícios.

O governo disse que aumentará a idade efetiva de aposentadoria para de 61 para 63, mas a mídia grega diz que o FMI quer um aumento maior.

O governo do partido socialista grego já cortou pagamentos públicos e aumentou impostos, medidas que geraram greves e manifestações no mês passado.

"Eu estou determinado a fazer o que for necessário, quando for necessário, para reanimar nosso país", disse o primeiro-ministro George Papandreou a deputados nesta terça-feira. "É agora ou nunca -- mas nós teremos sucesso."

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O sindicato do setor público do país ADEDY deve fazer uma marcha de protesto em Atenas às 13h (horário de Brasília), e o sindicato do setor privado GSEE deve decidir em breve sobre uma greve no início de maio.

"O governo recorrer ao mecanismo de suporte do FMI sinaliza um ataque bárbaro aos direitos dos trabalhadores", disse o Adedy, que representa meio milhão de trabalhadores, em comunicado. "Nós trabalhadores vamos continuar a aumentar nossa luta contra as medidas anti-populares do governo, da UE e do FMI."

De acordo com a pesquisa de opinião publicada no final da segunda-feira, 67,4 por cento das 1.400 pessoas ouvidas pensam que a situação atual pode levar a agitação social, contra 30,4 por cento que acreditam que é possivelmente ou totalmente improvável.