Trabalhadores dos Correios de Curitiba, Ponta Grossa, Cascavel Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu entraram em greve por 48 horas desde às 22 horas de terça-feira (17). A paralisação foi decidida em assembleias realizadas nas seis cidades paranaenses. Segundo os Correios, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) já deferiu uma liminar obrigando a manutenção de um efetivo mínimo de 80% nas unidades.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom-PR), a maioria dos trabalhadores decidiu pela paralisação por tempo determinado. Uma nova assembleia está prevista para esta quarta-feira (18), em horário ainda indefinido, para avaliar a adesão dos trabalhadores em todo o estado e decidir sobre a continuidade da greve.
Desde às 10 horas, trabalhadores estão concentrados em frente à sede dos Correios no Paraná, na Rua João Negrão. Também houve mobilização em outros pontos de trabalho ao longo do dia. Segundo o sindicato, ainda não há um levantamento sobre a adesão dos trabalhadores à paralisação.
Reivindicações
A pauta prevê uma série de reivindicações da categoria a nível estadual e nacional. Os trabalhadores reclamam da falta de funcionários e sobrecarga de trabalho e pedem a contratação de novos trabalhadores. Além disso, também reivindicam mais segurança para os carteiros e o fim dos contratos temporários, das multas do Sedex pagas pelos carteiros e o não pagamento da reciclagem de multas pelos funcionários em horário de trabalho.
De acordo com o sindicato, a maior preocupação não é com questões salariais, mas com a manutenção do emprego, principalmente via concurso público. Segundo a entidade, os trabalhadores são contrários à CorreiosPar S.A, subsidiária criada para expandir a atuação dos Correios em outras áreas, como telefonia e transporte aéreo.
Liminar
Segundo os Correios, uma liminar foi deferida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) já nesta terça-feira (17), determinando que as duas federações que representam os trabalhadores (Fentect e Findect) mantenham efetivo mínimo de 80% em cada uma das unidades.
A liminar, conforme a empresa, também determina que os grevistas não podem impedir o livre trânsito de bens, pessoas e carga postal.
”Movimento injustificado”
Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (18), os Correios consideram o movimento “injustificado”, já que todas as reivindicações já estariam sendo negociadas com representantes dos trabalhadores, seja em reuniões mensais do Sistema Nacional de Negociação Permanente dos Correios e, em alguns casos, até mesmo com mediação do TST.
A empresa nega que haja sobrecarga de trabalho. “Inclusive o percentual de horas extras no Paraná, usadas esporadicamente, sofreu redução no último ano”, diz os Correios em nota, completando que estuda a realização de um novo concurso público, seja para funcionários efetivos quanto para contratação por temo determinado.
Os Correios também afirmam que assinaram acordo de cooperação técnica para a implantação de ações integradas para prevenção e repressão de roubos a carteiros em todo Brasil, com o objetivo de proteger os trabalhadores da empresa.
Quanto às multas, a empresa diz que valores ressarcidos pelos empregados dizem respeito ao extravio de objetos, “os quais são cobrados apenas após exaustiva apuração a qual aponte a responsabilidade direta do profissional”.
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