Clientes que dependem de restaurantes para almoçar durante a semana confirmam que, mesmo Curitiba estando no fim da lista da alimentação mais cara, o auxílio refeição pago pelas empresas é insuficiente. A designer Leniza Wallbach, de 33 anos, costuma gastar R$ 20 por almoço o dobro do que recebe de auxílio. Ela diz que preferiria comer em casa, tanto pela economia quanto pelo apreço à convivência familiar, mas a correria do cotidiano não permite. "A gente acaba optando forçosamente a comer fora de casa."
Uma opção seguida pelo professor universitário Luiz Danon, de 45 anos, é alternar restaurantes com almoços em casa assim consegue economizar um pouco com a alimentação diária. No entanto, ele admite que isso é privilégio de quem tem horários de trabalho flexíveis. Suas refeições em restaurantes costumam custar entre R$ 15 e R$ 20, o que equivale ao dobro do valor do auxílio refeição.
Sua colega de trabalho, Vilma Aguiar, de 41 anos, concorda que o valor pago ao trabalhador é muito baixo. "O auxílio, atualmente, não é realista". A professora defende que é possível procurar estabelecimentos alternativos para baixar as despesas com almoço, mas diz temer pela qualidade. "Nesses lugares muito baratos nunca se sabe que tipo de comida é servido", diz. Almoçar em casa, para ela, só compensa se não houver necessidade de deslocamento o custo de transporte normalmente não compensa os gastos.
A administradora Andréa Koppe, de 23 anos, almoça em bufês próximos ao local onde trabalha e normalmente paga R$ 16 por refeição. De acordo com sua avaliação, para comer algo de qualidade é preciso pagar o preço. "As boas opções são sempre caras".
No outro lado do balcão, do ponto de vista empresarial, a concorrência no setor de restaurantes não permite muitos reajustes nos preços mudanças no preço do cardápio significa se arriscar a espantar clientes. A informação é da secretária da gerência do restaurante Taisho Express, Natália Hayashi. De acordo com ela, mesmo recebendo diariamente empresários da região central de Curitiba, qualquer alteração precisa ser estudada com cautela. "Se o preço subir, pode ter certeza de que o cliente fica um mês sem vir aqui", diz. (AL)