O percentual de paulistanos inadimplentes é o maior desde 2007, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP). O levantamento feito mensalmente desde de fevereiro de 2004 indicou que 21,8% dos moradores da capital paulista estavam com contas atrasadas em abril. Em março, o número era 18,5% .

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Para a economista da Fecomercio Fernanda Della Rosa, o número chama a atenção, mas não chega a ser preocupante. A especialista acredita que somente com o resultado da pesquisa do mês de maio será possível fazer uma avaliação consistente da situação.

Entre os fatores que podem ter contribuído para o aumento da inadimplência, Fernanda Della Rosa aponta o crescimento da taxa de desocupação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última Pesquisa Mensal de Emprego (PME) indicou que o desemprego subiu para 6,2% em março, depois de ficar em 5,7% em fevereiro. O resultado é um pouco menor do que o observado no mesmo período de 2011, quando a taxa ficou em 6,5%.

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Outra hipótese levantada pela economista é que os consumidores compraram além da capacidade nas liquidações de início de ano e agora enfrentam dificuldade com as prestações. O cartão de crédito é o principal meio de aquisição de dívidas, usado por 76,2% dos paulistanos devedores. Em seguida vem o crédito pessoal, com 19,6%, e os carnês, com 15,2%.

A Fecomercio aponta ainda que "parte considerável dos inadimplentes tem suas dívidas atreladas ao financiamento de veículos automotivos, que concentra 10,2% das dívidas das famílias". A entidade ressalta que nível de inadimplência nessa modalidade de empréstimo é 5,52%, o maior desde o início da série histórica do Banco Central, aberta em 2000.

Della Rosa destaca, entretanto, que o percentual de pessoas endividadas "está baixo e controlado". Em abril, 50,6% dos paulistanos tinham dívidas a pagar, uma redução de 1,6 ponto percentual em relação a março, mas 2,3 pontos percentuais acima do mesmo mês de 2011.

"Se o nível de endividamento estivesse muito alto, era preocupante", ressaltou a economista. Ela pondera, no entanto, que "ainda há uma boa perspectiva de potencial de consumo" que deve favorecer o comércio no Dia das Mães, uma das melhores datas para o setor.

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