Fábrica de chapéus na Itália: continente europeu vem segurando o desemprego depois da crise.| Foto: GIUSEPPE CACACE/AFP

A Europa, epicentro da crise econômica mundial por anos, já tem uma taxa de desemprego inferior ao que se registra hoje no Brasil. Dados publicados nesta segunda-feira, 4, revelam que os 28 países do bloco europeu somaram uma taxa de desemprego de 8,9% em fevereiro. No Brasil, a taxa do IBGE era de 9,5% no trimestre encerrado em janeiro.

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Os novos números mostram que, no total, 18 dos 28 países da UE já contam com taxas de desemprego abaixo do que se vê no Brasil, um contraste com o cenário de diversos encontros entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff com líderes europeus.

Durante o auge da crise europeia, milhares de espanhóis e portugueses decidiram tentar a chance no Brasil, enquanto os brasileiros que trabalhavam na Europa optaram pelo caminho do retorno ao país, em pleno crescimento.

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Mas, segundo os novos dados oficiais da UE, a taxa de desemprego no bloco caiu de 10% no final de 2014 para 9,7% em fevereiro de 2015 e, agora, para 8,9% ao final de fevereiro. “Essa é a menor taxa na UE desde maio de 2009”, indicou a Eurostat, a agência de estatísticas da UE.

Em apenas um ano, o número absoluto de desempregados na Europa foi reduzido em quase 2 milhões de pessoas, passando para 21,6 milhões de europeus afetados. As menores taxas foram encontradas na Alemanha, com desemprego de 4,3%, e na República Checa, com 4,5%.

A maior taxa continua sendo a da Grécia, com 24%, seguida pela Espanha, com 20,4%. Contando apenas os países que usam o euro, a taxa ficou ainda em 10,3% em fevereiro. Mas, mesmo assim, abaixo dos 11,2% de fevereiro de 2015 e também a taxa mais baixa desde de 2011.

Enquanto a tendência na Europa é de queda, o Brasil vive um cenário diferente. A taxa de desemprego no país atingiu 9,5% no trimestre encerrado em janeiro, segundo o IBGE. No mesmo trimestre do ano anterior a taxa havia sido de apenas 6,8%. Nos três meses terminados em outubro, a taxa havia sido de 9%. Em um ano, a população desocupada aumentou de 6,45 milhões para 9,09 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa de desemprego vai continuar a aumentar no Brasil. O país ainda será responsável por um a cada três novos desempregados em 2016 no mundo.

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