A Kraft Heinz fez uma oferta de US$ 143 bilhões para a Unilever, naquela que seria a maior aquisição da indústria de alimentos e bebidas, abrindo caminho para uma gigante dos bens de consumo com marcas famosas que vão dos sabonetes Dove ao catchup Heinz.
A Unilever disse na sexta-feira (17) que rejeitou a proposta de US$ 50 por ação, que compreende cerca de dois terços em dinheiro e um terço em novas ações. A abordagem “subestima ” a empresa, disse a Unilever, acrescentando que não vê nenhuma base para discussões futuras. A Kraft Heinz disse que tentaria chegar a um acordo sobre os termos da transação.
A oferta destaca uma tendência entre as empresas de bens de consumo que buscam estratégias de crescimento em um momento em que as condições se tornam mais duras em todo o mundo. A própria Kraft Heinz nasceu de uma combinação de US$ 55 bilhões orquestrada pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, e a empresa de investimentos brasileira 3G Capital, que se uniram dois anos antes com a compra da H.J. Heinz.
Havia especulações de que a 3G tentaria comprar outra empresa de alimentos e retomar um ciclo de corte de custos encabeçado pelo CEO Bernardo Hees. Mondelez International, General Mills e Kellogg tinham sido mencionados como potenciais alvos.
“A abordagem da Kraft Heinz demonstra a pressão sobre os donos das marcas para se consolidarem diante de um movimento que pressiona as margens de lucro e restringem as oportunidades de crescimento orgânico”, disse Paul Hickman, analista da Edison Investment Research.
A Unilever disse que a proposta representa um prêmio de 18% sobre o fechamento das ações de quinta-feira.
Juntando a Kraft Heinz e a Unilever, formaria-se uma empresa com vendas combinadas que chegaram a US$ 84,8 bilhões no ano passado. Isso a deixaria em em segundo lugar entre as empresas de alimentos e bebidas, atrás da Nestlé US$ 91,2 bilhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Entre as transações no segmento de alimentos e bebidas, um acordo com a Unilever superaria a compra da SABMiller pela Anheuser-Busch InBev no ano passado,por cerca de US$ 123 bilhões, incluindo a dívida, a compra da Anheuser-Busch pela InBev em 2008 e a transação de 2015 que criou a Kraft Heinz, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Os investidores por trás do lance na Unilever estavam nos negócios anteriores. A 3G Capital -- fundada pelos executivos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles, Carlos Alberto Sicupira, Roberto Thompson e Alex Behring -- desenvolveu uma série de enormes transações nas indústrias de alimentos e bebidas nas quais adquiriram empresas e cortaram despesas. A 3G também adquiriu a Burger King Worldwide e em 2014 a fundiu com a cadeia canadense de donuts Tim Hortons.
A oferta da Kraft segue o pior desempenho anual das ações da Unilever no ano passado desde a crise financeira em 2008. As ações caíram 2,5% no ano de 2016, embora a rival europeia Nestle tenha melhorado apenas marginalmente, perdendo 2% nos mesmos 12 meses.
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