A indústria brasileira começou 2011 operando bem abaixo de sua capacidade de produção, de acordo com a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala em que 50 pontos indicam o patamar usual para o período, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) nas fábricas ficou em 45,2 pontos em janeiro.
O indicador também mostrou aumento da ociosidade na comparação com dezembro de 2010, quando a UCI registrou 48,2 pontos, também abaixo do usual para o último mês do ano. O indicador não apresentava dois meses seguidos abaixo da linha dos 50 pontos desde a crise financeira de 2008.
De acordo com a CNI, a indústria brasileira operou em média com 72% de uso do parque instalado em janeiro. Para o economista da entidade, Marcelo Azevedo, a redução da demanda no início do ano ocasionou o freio na produção em janeiro. "A indústria se antecipou e ajustou a sua produção ao perceber que a demanda está em declínio desde o final do ano passado", afirmou Azevedo, em nota.
Da mesma forma, a produção industrial em janeiro ficou abaixo do esperado para o mês, com indicador em 46 pontos. Em dezembro, porém, o indicador havia registrado um patamar ainda menor, de 44,7 pontos. A CNI também destacou que, apesar da redução da atividade industrial, os estoques do setor permaneceram dentro do planejado no período, com indicador praticamente sobre a linha divisória, registrando 50,9 pontos.
Otimismo
Em fevereiro, quando foi realizada a sondagem, todos os índices de expectativas melhoraram na comparação com o mês anterior e se encontram acima dos 50 pontos. De acordo com a CNI, as perspectivas de demanda para os próximos seis meses alcançaram 61,3 pontos, enquanto as estimativas para contratações (54,6 pontos), compras de matérias-primas (58,8 pontos) e exportações (51,6 pontos) também aumentaram.
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