O principal índice da Bovespa fechou em baixa nesta segunda-feira (10), pressionado por ações de mineradoras e siderúrgicas, com investidores vendo poucas razões para comprar em um dia esvaziado de indicadores e depois de duas sessões de alta. O Ibovespa caiu 0,75%, a 47.710 pontos, tendo recuado mais de 1% na mínima. O giro financeiro do pregão foi de R$ 6,8 bilhões, inflado pela oferta pública de aquisição de ações da empresa de medicina diagnóstica Dasa, que movimentou 1,79 bilhão de reais.
Na semana passada, o índice registrou sua primeira alta semanal do ano, mas agentes financeiros viram poucos motivos para continuar na ponta compradora e também para atrair investidores estrangeiros. "Nas últimas semanas teve bastante saída de recursos e isso acabou pesando de maneira geral. Por mais que tenha havido alguns repiques, com a bolsa voltando um pouco e batendo os 48 mil pontos, ainda há um receio muito grande sobre os próximos movimentos macroeconômicos", disse o operador de renda variável Dionatan Severo, da Quantitas Asset Management.
O mercado operou nesta segunda em clima de cautela à espera do discurso da nova titular do banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen, na Câmara dos Deputados norte-americana na terça-feira, que pode dar pistas sobre o futuro do programa de estímulos da instituição.
No cenário corporativo, as ações das siderúrgicas Usiminas, Gerdau e CSN puxaram o Ibovespa para baixo, ao lado da mineradora Vale, em meio às expectativas em relação aos dados da balança comercial da China -- maior destino das exportações brasileiras--, que serão divulgados nesta semana.
A ação da Souza Cruz também caiu, depois da fabricante de cigarros ter divulgado seus resultados. "No quarto trimestre, a empresa conseguiu um forte incremento na receita, por conta do aumento das exportações de fumo. No entanto, o aumento não se traduziu em ganhos na rentabilidade, em função do aumento dos custos", afirmaram analistas da Planner em relatório.
No sentido oposto, a preferencial da Petrobras subiu mais de 1 por cento, minimizando maiores perdas do Ibovespa. A preferencial da Oi subiu 2,7 por cento, diante de expectativas sobre uma injeção de capital na operadora de telecomunicações.
Nesta segunda, a Oi afirmou que um grupo de instituições "intermediárias nacionais e internacionais de primeira linha deverá assumir compromisso para subscrição de 6 bilhões de reais" no aumento de capital da empresa. O valor se soma aos 2 bilhões de reais anunciados anteriormente como parte do processo de união com a Portugal Telecom.