As vendas no varejo no mês de agosto ficaram abaixo das expectativas dos empresários, segundo o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). Segundo levantamento, no mês passado as vendas cresceram 6,1% em relação ao mesmo período de 2011, inferior ao Índice Antecedente de Vendas do IDV (IAV-IDV), estudo realizado mensalmente com os associados. O indicador projetava alta de 8,3%. O crescimento foi apoiado na expansão da rede de lojas, uma vez que houve um decréscimo no conceito mesmas lojas, revela o IDV, sem, no entanto, detalhar números.
Em nota, o instituto explica que, após o crescimento menor em agosto, o varejo de bens não-duráveis continua sendo destaque, com forte retomada a partir de outubro e expectativa de alta de 12,5%. Para o mês seguinte, os associados também estimam taxas de dois dígitos, com 11,7% de expansão. "É importante lembrar que o desempenho desta categoria tem peso maior nas medições do IBGE e contribuem com cerca de 40% no índice da Pesquisa Mensal do Comércio", ressalta o IDV.
Já o setor de bens semiduráveis (como vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos), que tem apresentado desempenho mais comedido em relação aos não-duráveis nos últimos meses, tende a apresentar uma ligeira melhora. Os associados apontam expansão entre 8% e 9,8% de agosto a novembro.
No varejo de bens-duráveis (como móveis, eletrodomésticos e material de construção), fortemente influenciado pela expansão de crédito, o IAV-IDV apontou taxas de crescimento entre 8,1% e 9,3% entre setembro e novembro. Vale lembrar que o governo prorrogou o prazo da redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) até 31 de dezembro de 2012 para a linha branca, laminados, luminárias e papéis de parede. Assim, espera-se que o desempenho do segmento continue pelo menos em linha com o observado até o momento.
O presidente do IDV, Fernando de Castro, avalia que as estimativas apontam um cenário de maior crescimento da atividade econômica no segundo semestre. Para ele, o setor varejista seguirá apresentando resultados de crescimento superior à taxa média do PIB, apoiado na expansão do crédito, renda e de postos no mercado de trabalho, que apontam contínuo crescimento. "Mesmo com a precaução dos agentes econômicos frente ao cenário externo as estimativas para o setor varejista em 2012 não se alteraram de forma significativa em relação aos últimos meses e devem apresentar taxas de crescimento semelhantes às do ano passado", analisa Castro, em nota.
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