Os veículos flexíveis devem elevar sua participação dentro da frota brasileira para 32 por cento até 2010, dos atuais 11 por cento, segundo projeção do consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), divulgada nesta quinta-feira.
Já os veículos movidos a gasolina devem recuar para 52 por cento da frota, frente aos atuais 69 por cento. A frota de veículos movidos a gás natural veicular (GNV), por sua vez, deve crescer, mas numa taxa menor que a registrada nos últimos anos.
"Estimamos que em 2010 haverá uma frota total de 27 milhões de veículos, dos quais 9 milhões serão flex", disse Pires num seminário organizado pela Açúcar Guarani, em São Paulo. A projeção considera um crescimento no PIB brasileiro de 4 por cento por ano, em média, e o sucateamento de parte da frota.
"O grande desafio do etanol é substituir a gasolina, e o carro flex deu essa possibilidade", disse Pires, ressaltando que a tendência, futuramente, é que 100 por cento da frota nacional seja de carros flexíveis. Esses carros foram lançados em 2003 e gradativamente vêm ampliando sua participação nas vendas de veículos novos.
"Acho que o grande mercado para o etanol é o Brasil, e não o exterior", acrescentou ele.
Pires disse que a frota de veículos movidos a gás deve crescer menos pelos próximos anos, devido às preocupações quanto à oferta do produto e a necessidade "inexorável", segundo ele, de o governo aumentar os preços.
A elevação das cotações, afirmou o consultor, seria a única maneira de o governo evitar uma expansão do consumo do produto, que segundo indicações do próprio governo, deverá atender prioritariamente a indústria e principalmente as termelétricas.
Pires afirmou que a frota de veículos a gás cresceu 35 por cento ao ano de 2001 a 2006, para 1,3 milhão de veículos. Por sua vez, o consumo de GNV por veículo caiu 2,8 por cento ao ano no período, passando de 5,92 para 5,29 metros cúbicos/dia.
O consultor comentou que a frota a gás só perde em tamanho para a da Argentina, porém a tendência é que a supere por conta dos problemas relacionados à oferta de gás enfrentados pelo país vizinho.
A participação do gás natural nas vendas totais de combustíveis de 2001 a 2006 aumentou de 3 por cento, para 9 por cento. Já o álcool hidratado (usado nos veículos flexíveis) passou de 10 para 13 por cento. A gasolina recuou de 87 para 78 por cento.
Em São Paulo, onde o álcool tem a melhor relação de preço com a gasolina, a fatia de mercado do produto passou de 12 para 24 por cento. O GNV subiu de 2 para 7 por cento, e a gasolina caiu de 86 para 69 por cento.
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