Na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do governo Dilma Rousseff a taxa básica de juros subiu 0,5%. A decisão já era esperada pelo mercado.
A taxa de juros estava em 10,75% ao ano desde julho do ano passado. Ao subir os juros para 11,25% ao ano, o Copom fixou a taxa básica da economia brasileira no patamar mais alto desde janeiro de 2009 - quando estava em 12,75% ao ano.
Veja o que analistas de mercado e entidades civis acharam da decisão do Copom:
Armando Castelar, coordenador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV)
"A boa nova é não ter tido novidade. A comunicação foi bem feita, o Banco Central está tomando medidas para botar a inflação de volta numa trajetória mais próxima da meta. Foi importante ter sinalizado que foi um início de um processo de ajuste. Dá previsibilidade e sinaliza que vai continuar apertando, isso ajuda a segurar a expectativa de inflação."
Thaís Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados
"O comunicado veio sinalizando que este é o começo do processo de ajuste, algo que já estava esperado. O que trouxe de diferente é que fez questão de enfatizar que este ajuste vai estar associado a medidas macroprudenciais, o que abre espaço talvez para mais medidas das que vieram em dezembro. Indica que temos que ficar bem atentos à avaliação que vai trazer na ata, isso pode influenciar no tamanho do ajuste."
Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
"O Brasil não pode mais ser penalizado com o crescente aumento da taxa de juros. Isso é um absurdo. O Banco Central do Brasil, além de cuidar da moeda, deveria se preocupar também com o emprego e crescimento econômico, que serão penalizados por esta decisão de aumento dos juros."
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical
"Lamentamos profundamente que a produção, o crescimento e a geração de empregos sejam os grandes perdedores com a decisão do Copom. Os tecnocratas do governo insistem em colocar um forte freio na economia. Uma camisa de força no setor produtivo. Não há justificativa para manter os juros neste patamar estratosférico, penalizando, dessa forma, o crescimento econômico."
Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
"Esse patamar de juros é um desestímulo ao investimento privado, o que prejudica também a formalização no mercado de trabalho e o fortalecimento da massa salarial, dois dos mais importantes motores do desenvolvimento brasileiro nos últimos anos. (...) As medidas adotadas em dezembro pelo Banco Central, que retiraram R$ 61 bilhões do mercado de crédito, teriam sido suficientes para conter uma pressão desmedida sobre o consumo caso fossem combinadas com uma série de cortes nos gastos com despesas de custeio da máquina pública."
Orlando Diniz, presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ)
"O Banco Central não tinha saída a não ser aumentar a Selic para conter a inflação, pressionada pela expansão dos gastos correntes do setor público. Daqui para frente é preciso que o novo governo assuma seu dever de casa: prudência no campo fiscal e redução das despesas correntes, abrindo espaço para ampliação dos investimentos. Ingressar neste novo ciclo permitirá manter aquecido o comércio, aumentar nossa produtividade, conduzir os juros ao patamar internacional e equilibrar as contas com o exterior."
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