A venda da operadora de telecomunicações GVT para a Telefônica/Vivo enfraqueceu a posição do Paraná na lista das 500 maiores empresas da Região Sul, elaborada pela revista Amanhã e a empresa de auditoria PwC.
A participação do estado no Valor Ponderado de Grandeza – VPG, indicador composto por patrimônio líquido (50%), receita líquida (40%) e lucro líquido (10%) – da região baixou de 36% em 2014 para 35% no ano passado.
No mesmo intervalo, a fatia de Santa Catarina se manteve em 27% e a do Rio Grande do Sul subiu de 37% para 38%. No início da década, o Paraná chegou a liderar o ranking dos VPGs do Sul, mas agora completou três anos na segunda colocação.
Além da saída da GVT, também pesou contra o estado a decisão do grupo JMalucelli de não publicar mais o balanço consolidado de suas 84 companhias. Juntas, GVT e JMalucelli somavam um VPG de R$ 7 bilhões, segundo dados de 2014.
A próxima edição do ranking deve trazer uma nova baixa para o estado. O HSBC, listado em 2015 como a segunda maior empresa do Paraná, com VPG de R$ 13,2 bilhões, foi vendido para o Bradesco. Adquirida pela empresa de logística Rumo, da Cosan, a ALL também corre o risco de sair da lista no futuro.
Enquanto algumas empresas deixam o ranking, outras se fortalecem. O caso das cooperativas é exemplar. Para ficar em apenas dois exemplos, num ano em que o PIB brasileiro encolheu 3,8%, o VPG da Coamo – a quarta maior empresa do Paraná – aumentou 21%. E o indicador da C. Vale cresceu 18%, o que a colocou na lista das dez maiores do estado.
Embora o Paraná tenha ficado atrás do Rio Grande do Sul nas últimas edições do ranking, o viés de crescimento da economia paranaense é mais forte, avalia Eugênio Esber, diretor de redação da “Amanhã”: “A tendência é de que o Paraná ganhe mais espaço em razão de uma série de transformações em sua economia, da proximidade com São Paulo, da força do cooperativismo”.
Eficiência
A recessão afetou a maioria dos indicadores corporativos. A receita líquida das 500 maiores do Sul, por exemplo, subiu 8,2% em 2015, abaixo da inflação (10,7%). E a rentabilidade sobre a receita líquida, de 8,5% em 2014, encolheu para 6,9%.
Entre as grandes do Paraná, os efeitos do encolhimento do mercado interno são muito claros em empresas como Renault, cuja receita caiu 11%, e Electrolux, que perdeu 9%.
Mas, para Carlos Peres, sócio-líder da PwC no Sul, as empresas sairão mais fortes da recessão. “Elas tiveram que revisitar seus custos e seus processos. Isso se chama eficiência. E essa eficiência dá mais competitividade”, diz.