Curitiba Ao mesmo tempo em que reduz as exportações, a queda do dólar em relação ao real estimula a importação de bens de alto valor, que ganham competitividade no mercado interno. De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Veículos Automotores (Abeiva), o total de carros trazidos de fora nos primeiros oito meses do ano foi de 3,5 mil, com crescimento de 48,2% em relação a igual período de 2004. Trata-se um belo impulso para uma categoria que, hoje, representa apenas 4% do mercado nacional de veículos.
O presidente da Abeiva, André Carioba, projeta que até o fim do ano as importações de veículos importados deverão chegar a 5,2 mil unidades, contra 3,7 mil de 2004. Segundo ele, a evolução cambial está ajudando os negócios e isso se reflete no varejo: concessionárias de Curitiba calculam que, com o dólar mais barato, as vendas de veículos cresceram de 20% a 30%, em média.
"Tanto o carro quanto as peças e os custos de manutenção ficaram mais baixos. Com isso, a relação custo-benefício passou a favorecer os importados na briga contra os nacionais", explica Anderson Medeiros, da revenda multimarcas Cevel, que comemora um aumento de 30% nas vendas. Ele diz que opcionais como air bag duplo e freios com sistema ABS, encontrados somente em nacionais "top de linha", são comuns nos importados.
Gilson Poloni, gerente comercial da Citroen Boulevard, revela que, no caso do utilitário Berlingo, o crescimento das vendas supera 50%. As importações do modelo chegaram a ser interrompidas no segundo semestre do ano passado devido à perda de competitividade em relação à concorrência. Mas a queda acentuada do dólar voltou a torná-lo atraente.
No entanto, o gerente acredita que o aumento da procura pelos importados não é reflexo somente da queda do dólar. As novidades lançadas este ano também teriam colaborado para o bom resultado. O novo Citroen C5, por exemplo, vende 38% mais que o modelo anterior, comercializado até 2004. "Hoje quem compra o carro tem que esperar pelo menos 25 dias para levar um para casa. A procura é muito maior do que nós imaginávamos que seria." Considerando-se que os preços do C5 variam de R$ 134 mil a R$ 192 mil, não se pode dizer que o preço, por si só, é fator determinante para a compra.
O mesmo vale para os BMW e Land Rover vendidos pelas concessionárias Euro Import, que custam de R$ 138 mil a mais de R$ 700 mil. André Bussolari, gerente de uma das lojas, estima que o número de veículos vendidos é 20% maior este ano, e a demanda teria se intensificado nos últimos 60 dias. "Com o dólar mais barato, o preço caiu e isso obviamente ajuda nas vendas. Mas o dólar não é tudo. Os lançamentos da BMW e da Land Rover foram muito bem aceitos pelos consumidores."
O discurso de que bons lançamentos favoreceram as vendas se repete entre revendedores da Honda e da Audi. Dependendo do modelo, o número de unidades vendidas cresceu de 40% caso do Honda Accord a até 147%, como o Audi A6, que foi reestilizado no fim de 2004. Gerentes de concessionárias dessas marcas acrescentam que seus preços não sofreram alteração, uma vez que eles vêm tabelados em reais logo, não teriam se alterado com as oscilações do dólar.
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