As vendas de veículos novos voltaram a despencar em agosto, refletindo a recessão no país e a queda na confiança do consumidor, quadro que não deve mudar pelo menos antes do final de 2016, segundo a Fenabrave, entidade que representa as concessionárias. Em agosto, as vendas de automóveis e comerciais leves caíram 8,9% sobre julho e 22,9% ante agosto de 2014, a 199.853 unidades.
Em caminhões e ônibus, as 7.416 unidades vendidas significaram quedas de 9,7% na comparação mensal e de 44,4% na anual. “Esse desempenho reflete a recessão do país e suas consequências, com aumento do desemprego e da confiança do consumidor”, disse o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr.
No acumulado do ano, as vendas de automóveis e comerciais leves somaram 1.689 milhão de unidades, recuo de 20,4% sobre janeiro a agosto de 2014. A entidade manteve a previsão de queda de 22,9% para o segmento no acumulado do ano.
Em ônibus e caminhões, foram vendidas 64.762 unidades nos primeiros oito meses do ano, recuo de 40,35% ante igual intervalo do ano passado. A previsão para o ano inteiro seguiu queda de 41,75%. Para Assumpção Jr., não há expectativa de melhora do setor. Ao contrário: dados os seguidos números mostrando aumento do desemprego, a tendência é de crescimento do conservadorismo das instituições financeiras no financiamento de veículos.
Financiamento
Atualmente, segundo a Fenabrave, apenas três em cada dez pedidos de compra de veículos por financiamento são aprovados pelos bancos. Diante desse quadro, 347 concessionárias de veículos deixaram de funcionar em 2015 até agosto, o que significou a perda de cerca de 17 mil empregos.
Mesmo assim, o estoque tem crescido. No fim do mês passado, havia cerca de 310 mil veículos à espera de compradores, incluindo os parados nos pátios das montadoras e os nas concessionárias, segundo a Fenabrave.