As vendas de carros foram estimuladas em janeiro pela redução recente de imposto no setor, mas os demais segmentos de veículos continuaram abatidos pela crise financeira global, e não há, por enquanto, previsão sobre quando esse movimento pode ser revertido.

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O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze, afirmou que as vendas de fevereiro devem ser menores que as de janeiro, mas devido principalmente ao menor número de dias úteis do mês.

Reze afirmou, porém, que prefere esperar o fim do primeiro trimestre para fazer previsão de vendas da indústria no ano, que podem apontar queda.

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Por enquanto, a previsão divulgada pela Fenabrave é de expansão de 3,13 por cento das vendas do setor neste ano. Esse número já havia sido revisado no mês passado, ante o prognóstico anterior, feito em dezembro, de queda de 19 por cento. Agora, Reze volta a considerar um número negativo.

"Há um risco de queda das vendas no ano, mas não quero me adiantar... A economia ainda está em um processo de expectativa. Vamos ver o que acontece nos próximos dois meses", afirmou ele.

Segundo Reze, o setor quer do governo medidas para estimular o crédito e a tomada dele, e não mais medidas para liberar capital de giro para montadoras ou concessionárias.

Para facilitar o acesso ao crédito para compra de automóveis, Reze sugeriu que ele fosse condicionado a garantias como seguro-desemprego, para atenuar os temores dos bancos em liberar dinheiro. No caso dos caminhões, ônibus e comerciais leves, as medidas seriam mais amplas, para conter os efeitos da crise na economia com um todo.

Janeiro

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A Fenabrave informou nesta quarta-feira os dados de vendas de janeiro, que ficaram aquém das expectativas da entidade, segundo Reze.

"O mês de janeiro não ocorreu exatamente do jeito que a gente esperava. Nem todos os veículos se recuperaram", disse ele.

As vendas de automóveis cresceram 5,1 por cento em janeiro sobre o mês anterior, para 158.255 unidades, refletindo a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) determinado pelo governo em meados de dezembro. Sobre janeiro de 2008, as vendas tiveram queda de 6,7 por cento.

Já os emplacamentos de comerciais leves declinaram 5,6 por cento mês a mês e 11,8 por cento na comparação anual.

As vendas de caminhões e ônibus despencaram 26,7 por cento sobre dezembro e 18,8 por cento sobre janeiro passado. O segmento de motocicletas também apresentou redução, de 13,5 e 14,8 por cento, respectivamente.

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"Os ônibus e os caminhões é que estão mostrando o tamanho da crise. Ninguém vai assumir um compromisso grande de compra de um veículo assim se não tiver o que transportar. E a produção da indústria (geral) está caindo. Os comerciais leves entram nisso também", disse Reze.

"As motos caíram porque nelas estão a categoria de consumidores de menor poder aquisitivo.

As concessionárias brasileiras empregam cerca de 270 mil trabalhadores, segundo a Fenabrave.