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Estados Unidos
Fed promete juro baixo por mais dois anos e dólar desaba
O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) afirmou ontem que vai manter a taxa de juros "excepcionalmente baixa" até meados de 2013, em um esforço para apoiar a frágil economia em um momento de lenta recuperação e temores de uma recessão. Atualmente, a taxa de juros dos EUA está no nível histórico de entre zero e 0,25%.
O comunicado frustou quem esperava ver medidas concretas para influenciar a economia americana. Havia quem esperasse que o Fed divulgasse uma nova rodada de recompra de títulos do Tesouro que equivale, na prática, à impressão de moeda. Chamado de "quantitative easing" (QE), ou relaxamento quantitativo, o plano tem como objetivo animar investidores e consumidores a voltar a gastar.
Após o anúncio do Fed, o dólar caiu em relação a outras moedas fortes (como o euro, o iene e o franco suíço), com investidores buscando divisas que ofereçam retorno mais alto. No Brasil, a moeda norte-americana fechou em baixa de 1,43%, cotada a R$ 1,59. Antes do comunicado do Fed, a moeda operava em forte alta.
Sem resultado
O QE já foi adotado duas vezes. Entre 2008 e 2009, foram US$ 1,75 trilhão e, entre 2010 e 2011, outros US$ 600 bilhões. Em ambos os casos, não houve grandes resultados no crescimento dos EUA boa parte desses recursos foi investida em outros mercados, como o Brasil.
Em um dia de intensa volatilidade, as bolsas globais recuperaram ontem parte das perdas da segunda-feira. A melhora foi atribuída à mensagem do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de que a taxa de juros permanecerá no nível atual entre zero e 0,25% ao ano pelo menos até 2013. Alguns analistas também disseram que os preços das ações ficaram atraentes após as quedas generalizadas desde a semana passada.
O Ibovespa, "termômetro" da BM&F Bovespa, avançou 5,1% no fechamento, a maior alta desde 29 de outubro de 2009. Longe de apontar um rumo, porém, a bolsa brasileira mostrou que está entre as mais voláteis do mundo: de um grupo de 15 grandes bolsas, foi a que mais caiu na segunda-feira e a que mais subiu ontem. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York subiu 3,98%. Na Ásia e em parte da Europa, no entanto, boa parte das bolsas caiu (veja quadro nesta página).
Apesar da melhora, ninguém se arrisca a afirmar que a retomada dos mercados vai se manter nos próximos dias. Maior prova disso é que o ouro refúgio buscado em momentos de tensão renovou sua cotação recorde (US$ 1.743 a onça, ou 31,1 gramas) e os juros pagos pelos títulos do Tesouro americano mantiveram-se em queda, o que ocorre quando a procura pelos papéis é grande.
"A nossa realidade hoje é esta: pânico e euforia", sintetizou o gestor de renda variável da Infinity Asset Management George Sanders, referindo-se às quedas de segunda-feira e às altas de ontem mundo afora. Para Jorge Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper, não foi um dia de recuperação, e sim de alta volatilidade. "A tendência dessa volatilidade é ir diminuindo, mas não vai zerar. Não vejo um agravamento nos próximos dias, mas está longe de dar uma tranquilizada", disse.
Controvérsia
Embora a sinalização do Fed, de que vai manter os juros em baixa, ajude as bolsas, o comunicado do banco central dos EUA decepcionou alguns analistas, que esperavam medidas de aquecimento à economia norte-americana (veja texto abaixo).
"O mais importante do pronunciamento do Fed foi a falta de mais notícias ruins. Logo após a divulgação do comunicado, o mercado chegou a tomar um susto com a afirmação de que a recuperação pode levar mais tempo, mas depois houve a percepção de que a coisa não era tão ruim assim", afirmou Clodoir Vieira, economista da corretora Souza Barros.
BC europeu volta a comprar títulos de Itália e Espanha
O Banco Central Europeu (BCE) voltou ontem a comprar bônus da Espanha e da Itália. As aquisições somaram pelo menos 2 bilhões de euros, com vencimentos de até cerca de dez anos, informou um operador. Mais cedo, outro operador havia afirmado que as compras foram feitas em montantes de 10 milhões a 50 milhões de euros, abaixo dos montantes de 50 milhões a 100 milhões de euros comprados pelo BCE anteontem quanto a instituição comprou bônus da Espanha e da Itália pela primeira vez. As intervenções tiveram sucesso em reduzir os yields (retorno ao investidor) dos bônus de dez anos, diminuindo os receios de que os custos de financiamento dos dois países pudessem subir para níveis insustentáveis. Os yields de ambos os países ficaram próximos de 5% no mês passado, eles estavam acima de 6%.
Grécia
A Grécia levantou um total de 812,5 milhões de euros com a venda de títulos do Tesouro de 26 semanas, com yield levemente abaixo do oferecido em leilão similar realizado no mês passado. No entanto, os custos de financiamento de curto prazo da Grécia ainda estão altos, apesar do novo pacote de ajuda ao país fechado em julho.
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