Após cinco anos sem paralisações, cerca de 1,5 mil funcionários da Volvo cruzaram os braços nesta quinta-feira e aumentaram para mais de 8 mil o número de operários parados nas montadoras de Curitiba e região metropolitana. Desde terça-feira, os metalúrgicos vêm pressionando o Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) por um reajuste salarial real de 5%, além de 2,85% de reposição da inflação. A proposta patronal é de aumento real de 2,1% e abono de R$ 250.

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"Resolvemos manter por mais um dia a negociação com o Sinfavea, porque eles estão sinalizando com a possibilidade de melhorar a negociação", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka. Nesta terça-feira, os metalúrgicos já falavam em suspender a negociação com o sindicato patronal e partir para a discussão direta nas empresas, caso não aprovassem a proposta do Sinfavea. "Embora exista a possibilidade dos resultados com a negociação direta serem melhores, teríamos de recomeçar a discussão e, provavelmente, voltar a trabalhar sem uma definição."

A segunda proposta do Sinfavea, reprovada na manhã desta quinta-feira pelos metalúrgicos, é de reajuste de 2,85% (INPC), aumento real de 2,1% (0,78% do aumento real incorporados em setembro de 2007) e abono de R$ 250. Na terça-feira, a proposta era de que o abono fosse de R$ 150. "Queremos um abono maior e podemos até negociar uma forma de compor o aumento real, desde que gire em torno de 5%", diz o vice-presidente do SMC, Nelson Silva de Souza. A categoria faz nova assembléia nesta sexta-feira pela manhã, para decidir sobre a manutenção da paralisação.

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Enquanto os metalúrgicos aguardam novas propostas, as montadoras contabilizam prejuízos. Na Volkswagen-Audi, 1,6 mil carros deixaram de ser produzidos nos dois dias de portas fechadas, segundo a empresa. Na Volvo, o dia de linha de produção parada representou 40 caminhões e seis ônibus a menos no pátio. Já na Renault-Nissan, 748 veículos (entre utilitários e veículos de passeio) e 800 motores, informa o diretor de recursos humanos da Renault do Brasil, Carlos Magni.

Da parte das empresas, as negociações com os funcionários, diz Magni, serão mantidas por meio do Sinfavea. "Passamos a tarde conversando e, se tivermos algo novo a apresentar será nesta sexta-feira." Este é o terceiro ano consecutivo que a negociação salarial dos metalúrgicos com as montadoras de Curitiba e região é feito via sindicato patronal.

GM

Depois de mais de um mês de negociações e reuniões, nesta quinta-feira os trabalhadores da General Motors de São José dos Campos (SP) finalmente conseguiram um acordo com a empresa. Em duas assembléias, os metalúrgicos aprovaram a proposta de reajuste salarial de 5,47% mais R$ 700 de abono, a ser pago no início de outubro.

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