A Volvo Penta, marca de motores da montadora sueca, anunciou na última quinta-feira (28) que vai nacionalizar a produção dos motores industriais de 13 litros. A partir do primeiro semestre de 2016, o equipamento, atualmente importado da Suécia, será produzido na fábrica da Volvo em Curitiba, sede do grupo na América Latina.
Com um investimento total de R$ 10 milhões, que inclui da adequação da estrutura fabril às estratégias de lançamento, a produção nacional deve atender à demanda de toda a América do Sul nos setores de energia – principal foco –, construção, mineração, agrícola e movimentação de cargas em portos.
Segundo Gabriel Barsalini, vice-presidente da Volvo Penta na América do Sul, a crise econômica não intimidou os planos, já que é uma estratégia de longo prazo da empresa. “Com a expansão da demanda por energia, vimos uma oportunidade de consolidação no mercado como fornecedores, considerando também a busca de fontes alternativas de energia em decorrência da crise hídrica”, diz.
Segundo ele, a produção terá capacidade para atender toda a demanda nacional e atingir 100% do mercado. Com a nacionalização, os motores poderão ser vendidos com financiamentos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Venda de veículos cai 20,9% até maio, diz Fenabrave
A queda maior foi em caminhões e ônibus que no período chegou a 38,77%
Leia a matéria completaLíder no segmento de motores marítimos de lazer no Brasil, a Volvo Penta trabalha desde 2012 na estruturação de sua área de motores industriais de grande porte. “Aproveitamos a sinergia do grupo e a semelhança com a Volvo Construction Equipment, inclusive na parceria com fornecedores e distribuidores”, diz Barsalini.
Para comercialização, a empresa deve utilizar sua atual rede de distribuição, que teve o número de pontos triplicado nos últimos anos e hoje conta com 41 centros de atendimento autorizados, incluindo os distribuidores Tracbel, Entreposto e Linck. Diferentemente do setor automotivo, com foco nas grandes cidades, o industrial conta com uma rede estruturada no interior do Brasil e, em 80% dos atendimentos, os profissionais da empresa vão até o cliente.
“É um diferencial estratégico para garantir maior agilidade e qualidade no atendimento”, diz João Zarpelão, diretor de motores industriais da Volvo Penta na América do Sul. Segundo ele, a proposta da marca é oferecer o máximo de potência, ocupando o menor espaço possível, além de oferecer um impacto ambiental 256% menor do que os motores disponíveis no mercado nacional atualmente.
Depois de 24 dias, metalúrgicos encerram maior greve da história
Depois de 24 dias de mobilização, os trabalhadores aprovaram a primeira parcela da PLR de R$ 8 mil proposta pela montadora. Os demais itens do acordo não sofreram alteração
- Da Redação
Depois de 24 dias seguidos de paralisação, os trabalhadores da Volvo encerraram nesta segunda-feira (1.º) a maior greve da história da montadora, na unidade da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). A decisão foi tomada logo cedo, após aprovação em assembleia da nova proposta da empresa que garante a manutenção dos empregos e amplia o valor da primeira parcela de participação nos lucros e resultados (PLR), que era o principal entrave da negociação. Mais de 2,5 mil trabalhadores participaram da mobilização, que teve início no dia 8 de maio.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), que liderou a negociação, o impasse chegou ao fim com a aprovação do aumento da primeira parcela do PLR de R$ 5 mil para R$ 8 mil. Os demais itens do acordo não sofreram alteração, incluindo correção salarial com base apenas na inflação.
“O mais importante é que conseguimos a manutenção do emprego e mantivemos o mesmo conceito de PLR do ano passado. Deve ser um valor menor em decorrência da baixa da produção, mas se subir [a produção], ganhamos também, sem um número limitador”, diz Nelson Silva de Souza, segundo vice-presidente do sindicato e um dos líderes da negociação.
Lay-off e PDV
Além da PLR, o acordo inclui lay-off (suspensão provisória do contrato de trabalho) de sete meses, sendo cinco em regime normal (onde os trabalhadores recebem seguro-desemprego e a complementação salarial da empresa) e dois com a Volvo assumindo a integralidade do salário; Plano de Demissão Voluntária (PDV), com pagamento de salários e mais os direitos trabalhistas previstos até 15 de dezembro de 2015, mais um pacote de um a quatro salários de acordo com o tempo de empresa e manutenção do PLR referencial de R$ 30 mil, levando em conta o mesmo volume de produção de 2014, mas sem os limitadores mínimos.
Montadora enfrenta queda drástica na venda de caminhões
Enquanto a Volvo Penta aposta no mercado nacional de motores industriais, a Volvo Trucks, braço do grupo sueco no segmento de caminhões, enfrenta queda contínua nas vendas.
Segundo dados da Federação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgados nesta segunda (1), em maio foram vendidos 6.024, o que equivale a uma queda de 53% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram comercializadas 12.710 unidades.
De acordo com a entidade, a indústria de caminhões não vendia tão pouco nos primeiros cinco meses do ano desde 2006, quando 29.325 unidades foram adquiridas. Neste ano, foram 31.114 caminhões. O setor prevê para o ano todo vendas de cerca de 90 mil caminhões, que, se confirmado, será o pior desempenho do segmento desde 2007 e representará queda de mais de 30% em relação a 2014.
Entre as causas dos maus resultados são apontadas a mudança de rumo na política econômica, a queda da atividade econômica e da confiança dos empresários, e a paralisação de grandes obras, agravada pela crise da Petrobras. As categorias, pesada e semipesada, foco de atuação da Volvo, são as mais sofrem com a baixa demanda.
Desde o início do ano, a montadora tomou várias medidas para amenizar a situação. Em março, deu 20 dias de férias coletivas a um grupo de 1,7 mil trabalhadores. No mês seguinte, paralisou a produção de caminhões por duas semanas. Em maio, a Volvo anunciou o encerramento do segundo turno da produção de caminhões.
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