A política econômica do governo atual tem sido extremamente conservadora para manter a conquista da sociedade brasileira de controle da inflação. A afirmação foi feita nesta terça-feira (9) pela ex-ministra da Fazenda no governo Collor, Zélia Cardoso de Mello ao participar de seminário em comemoração aos 200 anos do Ministério da Fazenda.

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Segundo ela, as medidas de controle da inflação, principalmente o aumento dos juros básicos, são necessárias para evitar aumentos excessivos de preços que já ocorreram no Brasil. O governo está absolutamente correto ao preservar a conquista, disse.

Na opinião de Zélia, o governo tem conseguido equilibrar o controle da inflação com crescimento econômico. Estamos tendo crescimento, é um crescimento pequeno porém consistente, temos aumento de emprego e de renda real, disse.

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De acordo com a ex-ministra, o Brasil está em situação extremamente favorávelpara superar a turbulência internacional devido ao nível de reservas internacionais brasileiras, acima de US$ 200 bilhões, e tem a inflação sob controle. Mas ela enfatizou que a crise internacional ainda está no meio do processo de dificuldades e que haverá um processo inevitável de depuração da bolha que se fez no mercado imobiliário norte-americano.

Zélia disse ainda que o governo Collor deixou como principal contribuição a abertura comercial, iniciada em 1990. Dizíamos sempre: queremos aumentar a importação e exportação. Queremos ter um aumento do saldo comercial e isso é o que nós temos hoje, afirmou.

A ex-ministra não quis responder, entretanto, o que deu errado com a política econômica do governo Collor. Os economistas, em geral, quando respondem a uma pergunta dessas levam anos. Eu não vou responder em um minuto, argumentou.

Com relação a críticas de que o Plano Cruzado teve problemas jurídicos que geraram, posteriormente, danos ao Tesouro, Zélia afirmou que todos os planos tiveram problemas jurídicos. Isso não foi uma particularidade do Plano Collor e era um risco que se corria. Não havia muito o que fazer a respeito disso. Naquele momento, havia um diagnóstico de que aquilo era necessário de ser feito. Esse diagnóstico inclusive não era só da equipe econômica, mas era compartilhado pelos economistas mais respeitados do Brasil, afirmou.

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