Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aprovaram o indicativo de greve proposto em julho pelo sindicato da categoria, a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes). O assunto foi discutido nesta quinta-feira (4) em uma assembléia convocada pela Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (Apufpr). Não foi definido o início da possível paralisação.
Participaram cerca de 20 professores da universidade na reunião. A UFPR tem pouco mais de 2000 professores. Segundo a diretora de imprensa da Apufpr, Cristina Azra Barrenechea, a ordem agora é articular um movimento e mobilizar os professores. "Precisamos tirar os professores da letargia. No próximo dia 17 acontece uma marcha em Brasília contra a corrupção e nós vamos aproveitar para catalisar um movimento contra o descaso com a universidade pública", disse.
Os professores pedem um reajuste de 18% nos salários e a incorporação das gratificações, que, segundo eles, algumas vezes são maiores do que os próprios salários. Outra exigência é a abertura de concursos e uma revisão da Reforma Universitária. O governo federal ofereceu um aumento de 0,1% a todos os servidores públicos em 2005.
UEPG
Enquanto isso, no interior do estado, os professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) também se mobilizaram. Em assembléia convocada pela Seção Sindical dos Docentes da UEPG (Sinduepg) nesta quinta-feira, os docentes decidiram manter o indicativo de greve aprovado em junho passado.
Como no caso da UFPR, ainda não há data definida para o início da possível paralisação. Segundo o diretor da Sinduepg, Sergio Gadini, os docentes vão aguardar as decisões de assembléias que as outras quatro universidades estaduais do Paraná UEL, UEM, Unioeste e Unicentro - devem realizar na semana que vem.
"Nós decidimos manter o indicativo de greve porque o projeto de lei que dá um reajuste aos salários dos professores ainda não foi para a Assembléia Legislativa e porque existe um artigo nesse projeto que condiciona a proposta à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ou seja, ainda não é nada concreto", explica Gadini.
Além disso, Gadini afirma que os professores exigem também a realização de concursos públicos para a contratação de mais docentes. O objetivo é evitar que o ano letivo de 2006 comece com falta de professores nas universidades estaduais. No próximo dia 12, representantes das cinco instituições devem fazer uma reunião para decidir o rumo da mobilização.
No final de julho o governo estadual anunciou um reajuste para todos os professores das universidades estaduais. Os ganhos variam de acordo com as classes dos docentes. Para valer, a proposta deve ser aprovada na Assembléia Legislativa. Na ocasião, o governador Roberto Requião assegurou que o governo tem dinheiro em caixa para pagar o aumento sem violar a LRF.
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