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Crie ou represente um colondro. Esta foi a única questão na prova de habilidade específica do vestibular para design de moda, design gráfico e educação artística da Universidade Estadual de Londrina (UEL), ocorrida na manhã desta quarta-feira (19), e que fez quem não sabia o significado da palavra suar frio.

Segundo reportagem de Fernando Araújo, divulgada nesta quinta-feira (20) no Jornal de Londrina, a dúvida sobre a intenção da prova foi geral. Os candidatos questionaram os fiscais de sala, que precisaram buscar informações com a equipe de coordenação do vestibular. A resposta veio para acalmar os ânimos, mas a dúvida persistiu. Para os alunos foi explicado que não havia necessidade de se preocupar com a significado real da palavra colondro. Que o objetivo era criar sobre essa palavra.

A candidata ao curso de estilismo e moda, Érika Fóglia, 18 anos, aprovou o desafio feito pelos organizadores da prova. "É para testar a criatividade mesmo. Deu um certo desespero, mas eu consegui desenvolver alguma coisa". A mesma tranqüilidade não teve Talita Betite, 17 anos, que não conseguiu nem se lembrar da palavra que pediram na prova. "Era uma coisa tão esquisita, que eu nem me lembro", disse.

O coordenador geral de Processos Seletivos (Cops), Luiz Rogério Silva, lembrou que a intenção era despertar a criatividade dos candidatos. "A banca vai avaliar a prova independente do real significado da palavra. Isso é um compromisso e pode ser qualquer tipo de desenho", disse. Ele afirmou que a prova provocou confusão no momento em que foi apresentada, mas depois de explicada a razão da questão, a maioria dos candidatos aceitou a idéia de desenvolver o tal colondro. O coordenador negou que tenha sido prestado algum outro esclarecimento aos candidatos durante o exame.

O colondro é uma palavra que não existe nos dicionários brasileiros. A reportagem do JL consultou dois dos principais dicionários, mas somente encontrou uma derivação: "colombro". Colondro tem origem portuguesa e no Dicionário Porto Editora, de Portugal, é definido como uma "planta da família das Cucurbitáceas, de fruto comestível, cultivada em Portugal e também denominada calombro, calondro e colombro, com as variedades abóbora-cabaça e abóbora-carneira". A coordenação do vestibular também esclareceu que a palavra é usada para definir uma cabaça ou qualquer objeto cilíndrico.

Outras provas

O quarto dia de provas foi destinado para apenas 2.174 vestibulandos inscritos para participar dos cursos de design de moda (619 candidatos), design gráfico (455), educação artística (220 matutino e noturno), música e arquitetura e urbanismo. As provas foram divididas em duas etapas, que foram realizadas nos períodos da manhã e tarde.

Enquanto os candidatos que tiveram desenvolver um desenho sobre o colondro e se queixaram do excesso de criatividade dos organizadores, no curso de arquitetura houve quem reclamasse da falta de originalidade. Para eles, foi pedido que desenvolvessem um trabalho de proporção sobre o desenho já existente de uma cadeira. "É o que a maioria dos vestibulares pede. Ninguém muda essa história da cadeira", disse Lívia Roveri, 19 anos, que já participou de outros concursos vestibulares no estado de São Paulo.

Logo depois de concluir os desenhos, os candidatos já estavam liberados para deixar as salas. Com exceção dos vestibulandos do curso de música. Durante a manhã eles fizeram uma prova teórica, aplicada com a apresentação de trechos de música, e responderam algumas questões. Na parte da tarde, foi o momento de cada um demonstrar suas habilidades nos instrumentos.

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