| Foto: Pixabay/

A volta do ano letivo traz consigo todo tipo de sentimentos para os pais. Ver os pequenos (mesmo que já estejam mais altos que os pais) saindo, com a mochila nas costas, para a escola, não é um momento em que seja fácil ficar tranquilo. Se você for como a maioria dos outros pais, deve ficar imaginando o que se passa dentro dos muros da escola ao longo do dia. Talvez queira conversar com os professores sobre como o seu filho sofre para se lembrar do que aprendeu em matemática, ou da dificuldade da sua filha para se concentrar nas provas, ou de algum problema que eles possam ter tido com um ex-colega.

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Mas como é possível que um pai ou mãe fiquem tranquilos e, ao mesmo tempo, se mantenham conectados com as crianças? Como é possível se comunicar com eficiência com aquele professor que detêm tanto poder e influência sobre os sentimentos que seu filho terá em relação à escola, à educação e ao futuro? Confira algumas dicas.

1. Pergunte ao professor qual é o meio de comunicação que ele prefere

Uma das primeiras coisas que os professores fazem ao conhecer os pais é explicar como preferem que eles se comuniquem. Mas se isso não acontecer, os pais devem perguntar. “É importante descobrir se os professores preferem e-mail ou telefone”, aconselha Melanie Cerritos, especialista em educação nos Estados Unidos (EUA) e formadora de professores.

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“Eu dizia aos pais de alunos o seguinte: ‘Não quero parecer grossa. O seu filho é importante para mim, tanto quanto os outros alunos na sala’”

Pamela DawsonEspecialista em educação nos EUA

Com este detalhe definido, diz Pamela Dawson, especialista em educação, os pais devem fazer como foi combinado. É melhor, por exemplo, não aparecer na porta da casa do professor se ele disse que o melhor modo de comunicação é por e-mail. “Se o professor não responde ao e-mail, tente novamente em um ou dois dias. E se ele não responde, telefone”, disse ela. “Mas um bom professor responde dentro de 24 horas.”

Os pais, segundo ela, não precisam ficar preocupados pensando que vão incomodar os professores. “Nós professores, reservamos algumas horas por dia para planejamento e, nesse momento, analisamos os e-mails”, garante.

2. Lembre-se, os professores querem saber a sua opinião

“Nós queremos parceria com os pais”, disse Alteasha Ervin, especialista em formação de professores nos EUA. “Havia épocas, quando eu dava aula, que eu me sentia atolada [depois do dia letivo] preparando aula e corrigindo trabalhos. Depois, eu passava uma hora e meia no telefone com os pais. Mas, uma vez estabelecida essa parceria, é possível minimizar a quantidade de contato. Depois do vínculo de confiança, não é preciso ficar muito tempo ao telefone, porque você já fala com eles [aos poucos] com mais frequência”.

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Os professores, em realidade, gostam de ter contato com os pais para compartilhar coisas boas também. Hannah Ojard, conselheira escolar nos EUA, disse que falar com os pais sobre coisas que deram certo ajuda a melhorar a relação de um modo geral. “Eu nunca senti que o contato com os pais fosse um fardo”, disse.

3. Cuidado para não passar dos limites. Os professores podem ajudar nisso

“Os professores não querem que os pais interrompam a rotina o tempo todo”, afirma Cerritos. Quando um pai ou mãe demora demais na hora de deixar as crianças na escola ou volta para conversar com o professor com muita frequência, pode ser difícil para que a criança faça a transição da casa para a escola, segundo Cerritos. Ela aconselha que os pais e professores elaborem um plano juntos, para que os pais possam deixar a criança na escola no mesmo horário todos os dias ou conversar com o professor em horários apropriados. Assim, cria-se uma rotina para a criança, facilitando que ela possa ficar tranquila na ausência dos pais. “Os professores necessitam colocar algum tipo de limite”, disse Cerritos.

Ao mesmo tempo, os professores também precisam ser compreensivos. “Talvez as famílias só possam vir conversar com o professor em determinado horário ou não prefiram o e-mail. É por isso que professores e pais precisam, de verdade, criar essa relação para definir qual é a forma de entrar em contato um com o outro”.

E, por vezes, os pais exageram. Se você é desses, o professor deverá dar o aviso. “Eu dizia aos pais de alunos o seguinte: ‘Não quero parecer grossa. O seu filho é importante para mim, tanto quanto os outros alunos na sala’”, disse Dawson. Nesses casos, o professor tenta desenvolver um sistema adequado para se comunicar com aquele pai ou mãe em especial. “Como professor, essa é a nossa família. O seu filho é meu filho”. Em outras palavras, confie nos professores. O sucesso do seu filho é também o sucesso deles.

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4. Talvez, ser aquela mãe ou pai chato não seja tão ruim assim

Melanie Cerritos, que também é mãe, afirma que pais de alunos que são comunicativos demais não devem ser vistos negativamente. “Eu quero ser uma pessoa proativa. Quero saber das pequenas dificuldades antes que elas cresçam”, disse ela. Com uma filha entrando no sexto ano e um filho no terceiro, “eu ainda sinto todas as emoções de sempre quando começa o ano letivo”.

E assim Cerritos utiliza sua experiência como professora e mãe para ajudar outros professores e professoras a entenderem a perspectiva dos pais e como utilizar essa comunicação em seu favor. “Eu vejo como uma relação recíproca, de verdade”, ela disse. “Sem que um precise se explicar mais que o outro ou tenha mais autoridade”.