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Educação

Computador não garante inclusão

Uma pesquisa realizada pela Fundação Victor Civita em 400 escolas públicas mostra que o desafio de informatizar o ensino ultrapassa a falta de infraestrutura. As escolas têm computadores, televisões e retroprojetores, mas para que o investimento não seja em vão é preciso preparar os professores para lidar com os equipamentos e com as novas tecnologias.

O estudo foi realizado em 13 capitais brasileiras: Manaus e Belém, na Região Norte; São Luís, Fortaleza, Recife e Salvador, na Região Nordeste; Brasília e Goiânia, no Centro-Oeste; Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, na Sudeste; e Curitiba e Porto Alegre, na Região Sul.

Entre as instituições de ensino analisadas, 99% apresentam tevê, 98% têm computador, sendo que 83% possuem acesso à internet com conexão de banda larga (em alta velocidade). Em poucas escolas os equipamentos são usados de forma eficiente na melhoria da aprendizagem. Conforme a análise, 74% dos profissionais da educação afirmam não ter recebido ou passado por preparo para o uso das tecnologias em sua formação inicial. Essa é uma das explicações para entender o fato de que 18% das instituições analisadas não usam o laboratório de informática, apesar de sua existência.

"A universidade não prepara os professores para isso. Para que a tecnologia fique a serviço da aprendizagem é preciso combinar a disponibilidade dos recursos com a melhoria na formação", esclarece Ângela Danne­­man, diretora-executiva da Fundação Victor Civita. Um total de 56% dos profissionais, por exemplo, não participou de qualquer curso de atualização ou reciclagem em tecnologia no último ano. Os cinco programas mais usados por professores são editores de texto, programas para a visualização de mapas, editores de apresentação, editores de desenhos ou imagens e calculadora.

"Os jovens estão muito avançados no uso da internet. Eles se comunicam em redes sociais, usam blogs, e a escola precisa acompanhar isso. Mas deve-se acompanhar cumprindo o que é papel da escola, ou seja, na aprendizagem dos conteúdos", defende Ângela. Por esse motivo, durante a capacitação, além de dominar as ferramentas, é necessário usá-las de forma a motivar o conhecimento.

É preciso melhorar

Apesar da melhora, a falta de estrutura ainda não foi superada. Em geral, os micros se concentram nas áreas administrativas e no laboratório de informática das instituições. Con­­forme o estudo, mesmo que 98% das escolas tenham computador, só em 4% das salas de aula existe o equipamento. Apenas 15% das instituições têm mais de 30 máquinas, 28% entre 21 e 30, 29% entre 11 e 20 e 28% de um a dez. "Seria simplista dizer que o problema não está na infraestrutura. A média de alunos das escolas nas capitais brasileiras é de 1 mil por co­­légio. Uma minoria deles têm mais do que 30 computadores", afirma Danneman.

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