Em 84 cursos dos 119 ofertados pela UFPR no vestibular 2015/2016, a concorrência para egressos da escola pública é maior do que para os não cotistas. A maior diferença é observada no curso de Medicina Veterinária de Curitiba – são 49 candidatos por vaga destinada a quem cursou ensino médio em escola pública, e 32 candidatos por vaga na ampla concorrência.
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A opção pelas cotas foi feita no ato da inscrição e não pode ser modificada para a prova, que terá a primeira fase neste domingo, dia 8. Estão sendo ofertadas 4.886 vagas no vestibular, para 58.934 inscritos, número recorde. Outras 1.929 vagas são destinadas para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que será realizado em janeiro pelo Ministério da Educação, com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Essa é a primeira vez que a UFPR aplicará o sistema de cotas já na primeira fase (e não só para os candidatos que passaram para a segunda etapa, como ocorria desde a implantação da reserva de vagas), destinando 50% das vagas para oriundos do ensino médio da rede pública Com a mudança no número de vagas para cotistas, a instituição se enquadra na Lei Federal n.º 12.711/12. Dentro desse porcentual, metade das vagas é destinada a estudantes de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo.
Desvantagem
Os estudantes da rede pública também enfrentarão bastante concorrência nos cursos de Agronomia (câmpus Palotina); Letras - Inglês Diurno; Medicina Veterinária (câmpus Palotina); Enfermagem; Educação Física; Fisioterapia; Biomedicina; Nutrição e Medicina (câmpus Toledo); e Artes Visuais. Em todos esses casos, há de 7 a 12 candidatos a mais por vaga em relação à ampla concorrência. Nos cursos mais tradicionais, como Medicina e Direito diurno, os egressos da escola pública têm um pouco de vantagem. Na concorrência geral, o número de candidatos por vaga é de 102,11 e 48,43, respectivamente. Na cota social são 57,96 inscritos por vaga em Medicina e 32,75 em Direito.
Vagas raciais
A lei federal das cotas também determinou uma proporção destinada aos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas. A UFPR destinou aproximadamente um terço da cota de 50%.
Para os estudantes que se declararam com essas características, a concorrência é bem menor.
No curso de Medicina Veterinária em Curitiba, por exemplo, são 6,33 candidatos por vaga independentemente da renda, e 4,25 por vaga para quem tem renda de até 1,5 salário mínimo. Caso as vagas raciais não sejam preenchidas, elas serão destinadas para os oriundos das escolas públicas.
De acordo com a pró-reitora de graduação da UFPR em exercício, Maria Lúcia Accioly Teixeira, engana-se quem acha que no sistema de cotas há mais chances de passar. “Na verdade, o candidato precisa estar preparado. Não teria como saber, no ato da inscrição, como os demais concorrentes iriam se posicionar. Em alguns cursos, como Arquitetura, a concorrência é a mesma”, observa.
A lei das cotas, que entrou em vigor em 2012, determinou que em 10 anos seja feita uma reavaliação da norma.
Confira a relação completa dos candidatos em cada curso no site da UFPR.