O Conselho de Graduação da Universidade de São Paulo (USP) aprovou na quinta-feira (18) a adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como alternativa ao vestibular tradicional, a Fuvest, para preencher parte das vagas. A expectativa é de que as mudanças já entrem em vigor no processo seletivo deste ano. Ainda a falta aprovação do Conselho Universitário (CO), órgão máximo da instituição.

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Cada faculdade teve autonomia para decidir sobre o uso do Enem e quantas vagas seriam preenchidas por candidatos do exame federal. Pela sugestão feita pela Pró-reitoria de Graduação e enviadas às faculdades, na média, 14,9% das cadeiras da USP seriam reservadas ao Enem.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, na proposta discutida pelo Conselho de Graduação nessa quinta, que levou em conta as votações internas de cada faculdade, a média de vagas via Enem foi de 13,6%.

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Nas carreiras que aceitaram o uso do exame, a proporção de cadeiras reservadas vai até 30%. Unidades tradicionais, como a Escola Politécnica e a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), decidiram não adotar o Enem.

As cadeiras via Enem serão preenchidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma digital do Ministério da Educação (MEC) que reúne vagas no ensino superior público. Na maioria dos casos, as vagas da USP separadas para o exame são apenas para candidatos vindos de escola pública, como propôs a administração da universidade.

Cotas raciais

A Pró-reitoria de Graduação não sugeriu recortes de renda ou raça, como prevê a Lei de Cotas, válida para as 63 universidades federais desde 2012. Poucas unidades fizeram algum tipo de reserva de vagas com o critério de cor da pele.

“A USP ainda tem muito a avançar no sentido de adotar cotas raciais e sociais em todos os cursos, tanto no vestibular Fuvest como na nova porta de entrada que é o Enem/Sisu”, disseram, em nota, parte dos representantes dos alunos no conselho, após a reunião desta quinta.

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Para eles, a mudança aprovada ainda é insuficiente. A Pró-reitoria já sinalizou que deve fazer o debate sobre cotas, mas apenas para os vestibulares seguintes.

A adoção do Enem é uma das principais apostas da reitoria para elevar a quantidade de calouros da rede pública na USP. A meta da universidade é ter metade dos ingressantes vindos da escola pública até 2018.

A próxima reunião do CO, que debaterá o assunto, será na terça-feira, 23. A assessoria de imprensa da USP afirmou que só se manifestaria sobre a adoção do Enem após a reunião do órgão.