O despertador toca cedinho e é hora de se arrumar para escola. Todo o dia das crianças, desde o momento em sala até a hora da lição de casa, pode ser mais ou menos proveitoso dependendo de como foi a noite anterior. Pesquisas de todo o mundo ressaltam a importância do sono para a saúde, mas a ciência está de olho também no quanto a qualidade do aprendizado é afetado por noites mal dormidas – os resultados convencem qualquer pai ou mãe a chamar o filho mais cedo pra cama.
Tá na hora de dormir
Algumas iniciativas podem ajudar a preparar uma noite de descanso mais tranquila:
Televisão, tablets, celulares e videogames devem ser desligados pelo menos uma hora antes dos preparativos para ir dormir. Na fase de relaxamento, é importante ir desacelerando, as atividades e o pensamento. Lembre-se que a tela de dispositivos, como celulares, atrasa a produção natural de melatonina, e adia o sono.
Para uma noite de qualidade, não adianta deitar depois de ter exagerado em alimentos pesados ou bebidas estimulantes como refrigerante. Um leite morno ou chazinho de ervas (menos chás mate, preto, branco e verde) podem ajudar, mas sem exageros para a criança não ter de levantar durante a noite para ir ao banheiro.
Mantenha bons hábitos e isso inclui um “ritual” antes de dormir. Ter tempo para vestir o pijama, escovar os dentes e ir silenciando a casa ajudam no clima favorável. Uma leitura tranquila também pode ajudar a embalar o sono.
Dormir depois das 21 horas prejudica a capacidade intelectual das crianças, segundo estudo britânico que avaliou mais de 11 mil crianças de 7 anos. Segundo o estudo, as que não tinham hora certa para dormir ou que se deitavam depois das 21 horas registravam desempenho pior em testes escolares.
Em Hong Kong, pesquisa liderada pela organização Caritas Internacional avaliou quase 2 mil crianças de 5 e 6 anos. Um terço delas não dormia o suficiente, apenas 6 ou 7 horas por noite. O estudo revelou ligações entre falta de sono de qualidade e empobrecimento cognitivo e emocional, no pensamento criativo e na capacidade de armazenamento.
O despertador toca cedinho e é hora de se arrumar para escola. Os momentos de aprendizagem das crianças, desde o momento em sala até a hora da lição de casa, podem ser mais ou menos proveitosos dependendo de como foi a noite anterior. Pesquisas de todo o mundo ressaltam a importância do sono para a saúde, mas a ciência está de olho também no quanto a qualidade do aprendizado é afetada por noites mal dormidas – os resultados convencem qualquer pai ou mãe a chamar o filho mais cedo pra cama.
Ainda que cada organismo seja diferente, uma criança precisa em média de 9 a 10 horas de sono por noite. E é necessário convencê-las que parar a brincadeira para descansar não é castigo, mas uma necessidade. “Crianças e adolescentes acham que dormir é supérfluo, perda de tempo, pois não querem parar com a diversão. Mas é fundamental para o desenvolvimento delas e para o aprendizado que tenham rotinas saudáveis para evitar alterações de humor, irritabilidade, falta de atenção e até depressão e distúrbios do sono”, explica Ester London, neurologista do Hospital Vita.
Além de prejudicar o aprendizado, dormir mal afeta outros fatores fundamentais para a vida escolar, como a convivência, diz Márcia Assis, neurologista especialista do sono. “Pessoas que dormem mal ficam irritadas, impacientes, com dificuldade de prestar atenção, e tudo isso prejudica o convívio do dia a dia na escola, a parte social.”
Crianças que não descansam bem à noite podem ainda ser confundidas com quem tem transtorno de déficit de atenção (TDA), lembra Nain Akel coordenador do curso de Psicologia e da especialização em Neurociência da PUCPR. “O próprio TDA está diretamente ligado à quantidade de sono, pois a falta dele leva a um comprometimento do controle atencional e crianças que não têm atenção, têm pobre percepção e aprendizagem”.
A memória de longo prazo, essencial para ter uma vida saudável nos anos posteriores, também pode ser afetada nos pequenos que não dormem, alerta Akel. Outras sequelas físicas podem aparecer também em crianças com poucas horas de sono, como problemas de crescimento e o aparecimento de doenças graves como diabetes tipo 2. “As consequências aparecem inclusive na pressão arterial, crianças que dormem pouco tendem a ser adultos hipertensos.”
Caso real
Henrique é um bom exemplo, de acordo com a mãe, a servidora pública federal Clarissa Albuquerque Costa, de que não dormir o suficiente pode ser perigoso. “Desde bebê ele dorme muito pouco, chegamos a fazer exames, pois não era normal e ele estava demorando pra crescer. Depois de várias medidas como não assistir coisas agitadas na tevê e ler histórias antes de dormir, ele foi melhorando”, conta Clarissa. Hoje, Henrique vai pra cama até 21h30, mas acorda pelo menos três vezes à noite até levantar no dia seguinte. “Continuamos nos empenhando para que ele possa dormir melhor”, diz a mãe. Do lado oposto está irmãzinha dele, Helena, que passa 12 horas “hibernando”.
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