Na hora de postar algo no Facebook, Twitter e afins, a sensação de estar atrás de uma tela de computador pode mascarar a realidade: as informações produzidas vagam pela internet por anos e, assim como podem divertir amigos, podem desagradar àquele que poderia ser o seu futuro chefe. Recrutadores e departamentos de Recursos Humanos já têm as redes sociais como fonte para avaliar candidatos a um emprego.
Especialistas defendem que a postura adotada nas mídias sociais deve seguir a mesma linha daquela que usaríamos em uma reunião de negócios ou na solicitação de um empréstimo bancário. Não se pode pensar que o ambiente virtual é exclusivo para conversas e brincadeiras entre amigos.
Segundo Marcelo Mauleber, presidente do International Coach Federation no Paraná e diretor da consultoria de coaching e gestão de pessoas Relatom, todo cuidado é pouco na hora de usar o teclado. "Na rede social, estou demonstrando meu modelo mental e a maneira como vejo o mundo. Essas informações são relevantes para o recrutador. Então, vale a máxima das avós: precaução e caldo de galinha não fazem mal a ninguém", diz.
Independentemente do nível do cargo que se almeja, a postura virtual funciona como um catalisador quando se quer conhecer um futuro possível funcionário ou um candidato à promoção. Segundo especialistas, uma boa investigação on-line pode dizer mais sobre uma pessoa do que os três meses de experiência pelo qual passam os recém-contratados. "Mesmo quando se contrata um estagiário, esse tipo de análise é feita. Quando se chama alguém para um estágio, não se está buscando mão de obra barata. Se está investindo em alguém que poderá compor o quadro profissional dali a algum tempo", diz Mauleber.
Antenados
Por outro lado, não se envolver com o mundo virtual também não é uma boa opção, segundo a psicóloga Dâmaris Souza de Cristo, orientadora profissional e coach. "É comum ser avaliado como a pessoa se relaciona com tecnologias novas. Estar em redes sociais pode mostrar o quanto se está antenado e em condições de se adaptar ao novo", diz.
Ela lembra que, mesmo que se considere aquela visão de que em redes sociais mostramos o que queremos ser, o que está ali é um fragmento do ser. "Uma terceira pessoa ao acessar meu perfil pode saber muito de mim, meus valores, se sou sensata, crítica. Mas até mesmo ao criticar é preciso bom senso. Muitas pessoas sensatas nem entrariam em muitas das discussões feitas on-line", diz.
Vida e Cidadania | 2:47
Confira os conselhos de Dâmaris Souza de Cristo sobre a melhor forma de usar das redes sociais, evitando exposições excessivas e fazendo as redes contribuírem na construção do seu perfil social e profissional.