Irritada ao saber que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) não renovou bolsas do programa Ciência Sem Fronteiras para alunos na Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Espanha, Canadá e Portugal, a presidente Dilma Rousseff cobrou nesta terça-feira (24) explicações sobre o episódio. Antes de embarcar para Londres, Dilma incumbiu auxiliares de produzirem relatórios detalhados sobre o que aconteceu.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta terça mostrou que pelo menos 25 estudantes brasileiros no exterior foram obrigados a abandonar suas pesquisas porque não tiveram bolsas renovadas pelo CNPq, responsável pelo Ciência Sem Fronteiras. O grupo chegou a enviar um abaixo-assinado ao CNPq no mês passado, mas teve negado o pedido para renovação dos contratos.
Dilma quer agora saber do presidente do CNPq, Glaucius Oliva, quantos alunos no exterior foram prejudicados e qual é a justificativa para as informações desencontradas. Das 101 mil bolsas de graduação e pós-graduação que serão oferecidas até 2015, 75 mil são bancadas pelo governo e o restante, pela iniciativa privada. O Palácio do Planalto garante não haver corte de recursos para a concessão de bolsas de estudo, que geralmente duram um ano.
Lançado em julho do ano passado, o Ciência Sem Fronteiras é o xodó da presidente, que não perde a oportunidade de citá-lo. Na visita a Londres, por exemplo, Dilma conversará quinta-feira com bolsistas brasileiros do programa ao visitar o Museu de Ciências acompanhada do físico britânico Stephen Hawking.
Em palestra proferida há três meses na Harvard Kennedy School of Government, em Boston (EUA), a presidente disse que o Brasil trilhava o "bom caminho" com o Ciência Sem Fronteiras. "O que nos interessa é garantir que estudantes tenham acesso a melhores instituições. Mas, além dos estudantes de graduação, professores e doutores, que todos possam utilizar as oportunidades dadas por uma bolsa bancada pelo País para estudar no exterior e trocar experiências", afirmou Dilma. A meta do governo é fazer um intercâmbio e trazer cada vez mais profissionais de fora para desenvolver pesquisas no Brasil.
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