Ao percorrer as prateleiras de livros sobre educação é possível perceber os mais diferentes títulos que prometem tudo o que é possível imaginar. Lançado recentemente, a obra Filhos: Manual de Instruções, de Tania Zagury, tem título autoexplicativo. De forma simples, traz o "feijão com arroz" de como acabar com chiliques, como ajudar a criança a comer ou estudar bem, mas também avança em temas atuais. São exemplos as dicas para melhorar o relacionamento entre meio-irmãos e como auxiliar os jovens no uso da internet e lan houses.
O Grito de Guerra da Mãe-Tigre, de Amy Chua, é outro exemplo de livro sobre o tema. Bastante polêmico, ele retrata o dia a dia de uma mãe chinesa e suas duas filhas, que são educadas de forma rígida. Amy defende vários pontos que chocam pais do mundo ocidental. Entre eles estão as dicas de nunca elogiar os filhos em público, sempre ficar do lado do professor, só permitir atividades que levem a medalhas e só aceitar medalhas de ouro.
Para a psicopedagoga Maria Irene Maluf, é preciso ter cuidado com o que se lê. No caso do livro da mãe chinesa, ela comenta que aquele tipo de educação não funcionaria no Brasil, apesar de ter um grande ponto positivo. "O que dá certo em uma cultura não funciona para outra. Mas, no caso de Amy Chua, ela tem a vantagem de estar sempre vigilante. É esse estar perto das crianças que dá certo. Educar dá trabalho, precisa haver força de vontade e não adianta querer terceirizar tudo para escola ou babá. É o olho do dono que engorda o boi. O mesmo serve para a educação."
Não há um manual de instruções que sirva de forma universal para todas as crianças. Mas nunca houve tantas informações a respeito de como educar os filhos. Basta os pais desenvolverem o senso crítico para saber o que colocar em prática. E realmente se dedicarem a isso.
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