Partiram do Maranhão as investigações que deram origem à Operação Jogo Limpo – que buscou reprimir fraudes no Enem no Estado e no Piauí, Ceará, Paraíba, Tocantins, Amapá e Pará. De acordo com informações da Superintendência da Polícia Federal, na capital maranhense, os 22 suspeitos de participar do grupo criminoso já estavam sendo investigados desde o ano de 2015. Quatro acabaram presos.
A Polícia Federal informou que foi realizado, com a ajuda do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), um cruzamento de dados dos gabaritos de 22 candidatos que apresentaram respostas idênticas no último Enem de 2015. A partir de então, foi identificado que estes candidatos se inscreveram na edição deste ano do exame e seriam os responsáveis por repassar as respostas para os envolvidos no esquema. Foi comprovado que várias pessoas receberam de forma antecipada o gabarito das provas desse ano.
As informações eram trocadas por meio de uma central telefônica, que consistia em um aparelho celular e um ponto eletrônico. Ainda foram feitas apreensões de tablets e anotações. Os dados foram divulgados pelo delegado David Farias Aragão, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários e responsável pela operação.
No Maranhão, não houve prisões, mas duas pessoas que realizaram o Enem foram ouvidas e vão continuar sendo investigadas por suspeita de fraude ao exame em anos anteriores.
As prisões ocorreram nas cidades de Juazeiro (CE), Independência (CE), Macapá (AP) e Santarém (PA). Nesta última, uma suspeita foi presa com anotações que condiziam com algumas questões da prova.
Em Teresina (PI), um candidato ainda foi interceptado com anotações que sugeriam se tratar de um gabarito. No entanto, o suspeito acabou engolindo o papel, destruindo as provas e evitando a prisão em flagrante. Ele foi ouvido e vai seguir sendo monitorada pela Polícia Federal.
Já na cidade de Capitão do Poço (PA), uma estudante foi identificada com um celular em um salgadinho. A participante foi eliminada do exame e foi registrado um boletim de ocorrência.
A assessoria de comunicação da PF informou que foi arbitrada fiança para todos que foram presos, mas, mesmo após o pagamento, os investigados ainda vão responder a um processo. Confirmada a participação dos demais suspeitos na fraude, eles poderão responder ainda pelos crimes de estelionato e uso de documento falso.
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