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Ter flexibilidade emocional para rir de si mesmo e se autorizar a falar besteira na hora de criar é uma das lições primordiais nas aulas de Publicidade e Propaganda da UniBrasil | André Rodrigues / Gazeta do Povo
Ter flexibilidade emocional para rir de si mesmo e se autorizar a falar besteira na hora de criar é uma das lições primordiais nas aulas de Publicidade e Propaganda da UniBrasil| Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo

Humor

"Estudado com lupa há séculos, por todas as disciplinas, o riso esconde seu mistério. Alternadamente agressivo, sarcástico, escarnecedor, amigável, sardônico, angélico, tomando as formas da ironia, do humor, do burlesco, do grotesco, ele é multiforme, ambivalente, ambíguo. Pode expressar tanto a alegria pura quanto o triunfo maldoso, o orgulho ou a simpatia. É isso que faz sua riqueza e fascinação."

Trecho do livro História do Riso e do Escrárnio, do historiador francês Georges Minois.

O humor pode encontrar portas abertas em qualquer curso, e algumas formações adotam o riso e os mecanismos para provocá-lo como parte do currículo. Indispensável em Artes Cênicas, o humor permeia a graduação do início ao fim. É dessa área que outros cursos emprestam a maneira de lidar com o sentimento.

A extroversão e a abertura para ideias inovadoras e criativas levam cursos de Negócios e Tecnologia a se aproximarem da arte cômica. De acordo com o professor da Faculdade de Artes do Paraná (FAP) Diego Baffi, os procedimentos que usam a brincadeira estão muito ligados ao universo da criação e ajudam no relacionamento interpessoal. "Há uma procura bem ampla por pessoas que não são da área e nem têm pretensão de se tornar atores", conta.

Em Publicidade e Propaganda, por exemplo, não há aluno que se forme sem ter passado por dinâmicas e exercícios de criatividade que testam os "dons humorísticos". Para o designer e professor do curso na UniBrasil Joaquin Presas, saber trabalhar com o humor é indispensável em profissões em que a criatividade é necessária.

"Ser mal-humorado é meio caminho andado para não ter boa produção criativa. Nas campanhas, o humor é uma ferramenta que faz com que filtros e barreiras caiam. Além de universal, é rapidamente absorvido, quebra expectativas e auxilia na percepção da mensagem", diz.

Relacionamento

Além da questão mercadológica, em que o humor é usado para convencer alguém a usar um produto ou serviço, ele também é usado em outras áreas para aproximar pessoas, para promover a melhora física e mental e também para estimular o aprendizado.

A Pedagogia usa o humor para tornar o ensino prazeroso e fazer com que o aluno tenha boa relação com a aquisição do conhecimento. Cada vez mais se tem dado importância ao lúdico na aprendizagem de crianças até o 5.º ano da educação básica.

O filme O amor é contagioso, que tornou famoso o médico Patch Adams, conta a história do humor no tratamento de pacientes. Foi um grande incentivo para a humanização de hospitais e para o relacionamento médico-paciente. Ações desse tipo contribuem para uma melhor aceitação dos procedimentos médicos pelos pacientes e por uma redução do estresse. "Há a diminuição da dor e aceleração da melhora dos pacientes, já que o riso provoca liberação de substâncias no corpo e faz com que paciente relaxe e que acelere as defesas naturais do corpo", diz Baffi.

A graça do inesperado

Ter flexibilidade emocional para rir de si mesmo e se autorizar a falar besteira na hora de criar é uma das lições primordiais nas aulas de Publicidade e Propaganda da UniBrasil. É o que prega o professor Joaquin Presas, que vê o humor como gerador de impacto por meio do inesperado. "Digo para imaginar o que as pessoas esperam e ir além, pensar como vai acabar e fazer diferente, buscando o máximo de impacto possível", conta.

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