Uma aposta feita pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), há oito anos, com o objetivo de aumentar a visibilidade das pesquisas desenvolvidas na instituição e contribuir com a disseminação do conhecimento foi reconhecida em janeiro passado, no ano em que a universidade caminha em direção ao seu centenário. A Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPR é atualmente o banco de dados brasileiro melhor colocado em um ranking mundial que avalia a facilidade de acesso a publicações científicas pela internet.
"O nosso não é o maior banco de teses do país. A USP [Universidade de São Paulo] tem muito mais teses e dissertações do que a gente. A classificação também não se refere à qualidade do conteúdo, porque isso não pode ser medido", considera Lígia Setenareski, diretora do Sistema de Bibliotecas da UFPR. "O ranking se refere a como as pessoas encontram o conteúdo que nós produzimos. O nosso banco é encontrado mais facilmente na internet", complementa.
O acervo da UFPR ocupa a 110.ª colocação a melhor posição entre as instituições brasileiras diante de outros 1.240 bancos de dados acadêmicos avaliados pelo Cybermetrics Lab, um dos grupos de estudo do maior centro público de pesquisa da Espanha, o Conselho Superior de Investigações Científicas. A pesquisa desenvolvida pelo laboratório espanhol leva em consideração aspectos quantitativos, como o total de páginas reconhecidas por buscadores e o total de papers publicados no Google Scholar. As informações coletadas são usadas para avaliar a visibilidade e o impacto dos acervos desenvolvidos pelas universidades para compartilhar conhecimentos científicos pela internet.
Decisão acertada
Seguindo padrões internacionais, o banco digital de teses da UFPR começou a ser desenvolvido em 2004, com a preocupação de deixá-lo aberto a qualquer pessoa e de que fosse encontrado facilmente na internet. Hoje, todas as novas teses e dissertações produzidas durante o ano cerca de 500 vão direto para o acervo on-line e aproximadamente 1,1 mil estudos anteriores a 2004 são digitalizados anualmente.
O projeto conta com o apoio das equipes das 15 bibliotecas da instituição e de professores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL). "Nada foi por acaso. Foram muitos anos de estudo. Queríamos que a UFPR fosse vista pelo mundo", comemora Lígia. Já o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Sérgio Scheer, ressalta que essa iniciativa reforça o papel da universidade de produzir e disseminar o conhecimento e formar pessoas. "Esse tipo de visibilidade e esse reconhecimento são muito importantes. Sabemos que a decisão que tomamos lá atrás foi acertada", afirma.