Hugo Carvalho faz estágio na área de Fonoaudiologia: caso raro| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo
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Confira quais são os cursos mais procurados para estágio e a média de remuneração de cada um. Como não existe uma central única de estágio, o balanço foi feito por instituição.

>>> Média, em R$, do valor da bolsa por hora:Química – 16

Engenharia Civil – 16

Engenharia Elétrica – 16

Engenharia Eletrônica – 16

Engenharia da Produção – 15

Tecnologia da Informação – 15

Ciências Contábeis – 10

Direito – 10

Economia – 10

Educação Física – 10

Administração – 6

>>> Cursos pesquisados:

IEL: Engenharias (todas as habilitações), Administração, Ciências Contábeis, Economia, Tecnologia da Informação.UTFPR: Engenharia Civil, Engenharia Industrial Eletrônica, Engenharia Elétrica, Química, Educação Física, Engenharia Mecânica.PUCPR: Direito, Administração, Engenharia da Produção, Engenharia Civil, Educação Física.

Fonte: Redação.

Lei de estágio

Em 2008, a lei definiu que a carga horária máxima de trabalho para um estagiário é de seis horas diárias, que o estudante tem direito a férias remuneradas de 30 dias, pode ficar na mesma empresa por no máximo dois anos e que, em casos de estágio não obrigatório, a remuneração e o auxílio-transporte são obrigatórios.

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Fique ligado!

Na hora de escolher um estágio, descubra se a empresa corresponde com as suas expectativas. Se está atrás de um estudante para uma atividade temporária ou quer investir no estagiário para que ele faça carreira naquele lugar.

Com o mercado de estágios aquecido em algumas áreas, estar atento às oportunidades é o primeiro passo para conquistar a vaga ideal e com boa remuneração. Para quem estuda Engenharia, Tecnologia da Informação ou algum curso da aérea de negócios – como Administração, Ciências Contábeis e Economia –, há uma grande procura por estagiários por parte das empresas e o valor da bolsa auxílio fica acima da média paga a outras graduações, podendo chegar a R$ 2 mil.

Isso ocorre devido ao fator econômico, já que essas áreas estão em alta, e ao fato de a formação desses cursos possibilitar que os futuros profissionais atuem em um leque grande de atividades. Dentro de grandes empresas, por exemplo, um administrador ou engenheiro pode trabalhar em áreas de gerenciamento, administrativa, financeira ou técnica.

Para se sair bem e pleitear uma vaga efetiva depois de garantir o diploma, é preciso ficar atento às características exigidas pelos empregadores para essas carreiras, como capacidade de manter o foco, trabalhar em equipe, comprometimento, proatividade e facilidade em se comunicar.

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Além disso, a psicóloga e analista técnica em negócios do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Simone Ianze, explica que as empresas também valorizam – e muitas exigem – que o aluno domine inglês e Excel. "Essa é uma ferramenta muito usada hoje. Sai na frente o estudante que consegue usá-la bem." Já um terceiro idioma não chega a ser necessário, mas é valorizado dependendo da origem da empresa.

Dicas gerais

Não existe um tempo mínimo de curso para concorrer a uma vaga, mas há casos em que até os alunos do primeiro ano conseguem uma oportunidade, como graduandos de Engenharia e Direito. Contudo, como o principal propósito do estágio é fazer com que o aluno consolide os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula a partir da prática, especialistas recomendam que a procura não comece tão cedo, pois certamente o jovem não estará preparado para atender às expectativas de quem o contratou.

"O que acontece é que muitos estudantes, principalmente de [instituições] particulares, querem estágio remunerado para pagar o curso. Mal entram na faculdade e vão atrás de estágio. Nesses casos, eu recomendaria um emprego mesmo", diz a coordenadora do programa de estágios e empregos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o PUC Talentos, Daniella Forster.

Independentemente da oferta do mercado, universitários de qualquer curso devem levar em consideração alguns detalhes quando começarem a buscar uma vaga de estágio. O principal deles é descobrir se a atividade a ser desenvolvida será na área de estudo. Embora pareça óbvio, muitas empresas têm um plano de estágio – documento obrigatório que a instituição de ensino exige para fazer o contrato – diferente do que cobrará do estudante no dia a dia.

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Outro aspecto importante é ver se o local cumpre a Lei de Estágio, que determina uma jornada de no máximo seis horas, reduzida em períodos de avaliação para que o aluno possa estudar.

Obrigatório ou extracurricular: tanto faz

Basicamente, existem dois tipos de estágio para os universitários: o curricular obrigatório e o extracurricular. No primeiro caso, o curso exige que o aluno pratique o que aprendeu em sala durante, pelo menos, um semestre. A experiência não costuma ser remunerada e existe uma avaliação – feita em conjunto por um professor e pelo empregador – que constará no histórico escolar do aluno. No segundo caso, o estágio é opcional, mas são nesses que há bolsa auxílio e maior chance de contratação, além de poder contar horas complementares no currículo.

Entretanto, faltam vagas para algumas áreas, como Odontologia, Nutrição, Medicina e Fisioterapia. A maioria dos cursos de Saúde conta com estágio obrigatório, que geralmente é feito em clínicas e hospitais da própria instituição. Em experiências extracurriculares, costuma-se exigir que o estudante esteja nos últimos períodos do curso, já que vão lidar diretamente com pacientes. Além disso, mesmo com a pouca oferta, a remuneração é baixa: cerca de R$ 500.

Fora do comum

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Exceção em seu curso, o estudante de Fonoaudiologia da Universidade Tuiuti do Paraná Hugo Carvalho estagia há um ano e meio em um centro de pesquisa, o Fundacentro. Ele trabalha seis horas por dia, recebe R$ 650 por mês e investiga a audição de trabalhadores. "Poucos colegas meus fazem estágio. Vejo que em outros cursos de Saúde ter vaga é mais complicado ainda." Diante disso, ele aproveitou a oportunidade para usar a experiência do estágio em seu trabalho de conclusão de curso e pensa seguir na mesma área depois de estar formado.

Contratação não segue regra

Não há uma regra sobre a efetivação de estagiários a ser seguida pelas empresas. Algumas investem pesado – em cursos de formação, boa remuneração e outros benefícios – por acreditarem que o estudante será um futuro funcionário. Esse tipo de investimento chega a ser comum em áreas em que faltam profissionais no mercado, como Engenharias e Tecnologia da Informação.

"Existem casos em que o aluno se destaca no estágio e vai direto para o programa de trainee, ou nem passa por ele, para ser contratado", diz a analista do IEL, Simone Ianze Outras empresas não têm ideia de contratar e chamam um estudante para exercer uma função temporária. Segundo a coordenadora do PUC Talentos, Daniella Forster, isso é mais comum em áreas com grande oferta de profissionais ou em órgãos públicos, nos quais a contratação só é possível por meio de concurso.

>>> Como foi a sua saga para conseguir um estágio? Ele correspondeu às suas expectativas? Deixe seu depoimento!

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