Mobilização em Curitiba
Os professores e funcionários da rede estadual de ensino fizeram uma passeata pelas ruas de Curitiba na manhã desta quinta-feira (30). A APP-Sindicato estima que havia cerca de 10 mil pessoas no ato. A Polícia Militar não soube informar se o número é correto ou não. À tarde, a partir das 14h30, os professores realizam uma assembleia para discutir as reivindicações da categoria na Sede do Paraná Clube.
Diante da ameaça de greve do sindicato dos professores da rede estadual de ensino, o governo enviou nesta terça-feira (28) à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) o texto do anteprojeto de lei que propõe reajuste salarial à categoria em duas parcelas, 6,66% retroativo a julho deste ano e 6,65% a ser pago a partir de outubro. Com a proposta, o reajuste acumulado em 2012, considerando a amortização da inflação de 5,1% concedida a todos os servidores em maio de 2012, chega aos 19,55% acordados com a categoria em março deste ano. O impacto da decisão nas contas do governo neste ano será de R$ 160 milhões.
Mesmo assim, professores farão uma paralisação nesta quinta-feira (30) para pressionar o governo a atender outras reivindicações da categoria. Entre elas, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) pede que seja implantada a hora-atividade prevista na Lei Nacional do Piso do Magistério, lei 11.738 de 2008, que determina que um terço da jornada de trabalho dos professores seja reservado para capacitação dos educadores e preparo das aulas. O APP-Sindicato também reivindica um aumento salarial de 14,13% para os demais funcionários das escolas. A entidade espera a adesão à mobilização dos 83 mil professores e 28 mil funcionários do estado, que trabalham em 2.139 escolas e atendem mais de 1,3 milhão de estudantes.
"O governo finalmente cumpriu uma das promessas feitas no início do ano, que atende uma luta importante da categoria e já deveria ter sido aplicada desde janeiro", afirmou Marlei Fernandes de Carvalho, presidente da APP-Sindicato. "Na quinta, em assembleia durante a paralisação, discutiremos outras questões importantes, como as progressões e promoções pendentes em atraso", continuou.
A tramitação do projeto que garante o reajuste aos professores será feita em sessão extraordinária na Alep, em regime de urgência, e poderá ser aprovado já nesta quarta-feira (28) para ser encaminhado rapidamente para a sanção do governo. Os professores temem, no entanto, que a promessa não seja cumprida porque o Tribunal de Contas do Estado confirmou que o governo ultrapassou o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), extrapolando assim os gastos com pessoal neste ano. "Vamos ficar atentos agora para que o governo aplique o reajuste já na folha de agosto ou então emita uma folha complementar", disse Marlei.
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