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Faltando ainda cerca de quatro meses para o projeto de lei do ensino superior ir para o Congresso Nacional, o debate sobre a chamada reforma universitária está agitado. O ministro da Educação, Tarso Genro, saiu em defesa da proposta em diversos eventos que discutiram o assunto nesta e na semana passada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também defendeu as idéias do anteprojeto publicamente.

Na última quarta-feira (23), Tarso Genro foi ao programa de TV Diálogo Brasil para debater o assunto. Na quinta-feira (24), o jornal Folha de S. Paulo promoveu um encontro entre o atual ministro da Educação e seus dois antecessores, os ex-ministros Paulo Renato de Souza (do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) e o senador Cristovam Buarque (PT/DF) para discutir a questão.

Na sexta-feira (25), foi a vez do presidente entrar em cena. Em solenidade no Palácio do Planalto, 29 entidades entregaram dois documentos a Lula e também ao ministro Tarso Genro declarando-se favoráveis ao debate promovido pelo Ministério da Educação para elaborar uma proposta de reforma universitária.

O documento entregue pelas entidades acadêmicas e científicas diz que o texto do anteprojeto, "ainda que deva ser criticado e aperfeiçoado, ancora-se em princípios que sempre estiveram presentes, de forma efetiva ou como ideais seguidamente proclamados, na história da universidade pública brasileira".

Nesta segunda-feira (28), o ministro da Educação participou de três eventos em São Paulo onde defendeu a reforma universitária: o 1° Fórum Inter-Regional Sul e Sudeste, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o jornal Valor Econômico; a 4ª Bienal de Arte e Cultura, da União Nacional dos Estudantes (UNE); e, por último, o 14º Congresso Latino-Americano de Estudantes.

Em comunicado divulgado à imprensa, o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, diz que as sugestões encaminhadas pela CNI em novembro passado não foram contempladas no anteprojeto de lei de reforma do ensino superior. Para ele, a proposta federal está desconectada dos interesses do setor produtivo e das boas práticas de autonomia.

O presidente Lula, no dia 25, pediu paciência com os setores que vêm combatendo a reformulação do ensino superior. "Vamos ouvir, vamos ter paciência, mas vamos ouvir essas pessoas, até para que elas se sintam cúmplices na construção desse projeto. O que todos nós sabemos é que não pode continuar do jeito que está", disse. O governo federal vai receber até o final de março sugestões de entidades para o projeto de reforma universitária, pelo site www.mec.gov.br/reforma. Também neste site está disponível na íntegra o texto do anteprojeto da lei que pretende mudar o ensino superior no país. A legislação vigente é de 1968.

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