Menos de 1,5% dos cursos de ensino superior avaliados pelo novo indicador do Ministério da Educação (MEC) receberam nota máxima. Das 3.238 graduações listadas pelo MEC, apenas 47 conseguiram alcançar nota 5 no Conceito Preliminar de Curso (CPC). Cerca de 15% receberam os conceitos 1 e 2 e passarão por vistoria do MEC. Além disso, correm o risco de serem fechados se não cumprirem termos de compromisso para melhorar a qualidade do ensino.

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Com base em dados de 2007, o CPC avaliou cursos das áreas de saúde, agrárias e serviço social de cerca de 2 mil instituições de ensino superior. O índice será estendido a cursos de todas as áreas à medida que os alunos forem submetidos ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), um dos itens do CPC.

O novo método também inclui o resultado do Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observados e Esperados (IDD), que avalia a quantidade de conhecimento que o aluno agregou durante a graduação, além da infra-estrutura do curso, a titularidade dos professores e uma avaliação dos alunos sobre o currículo.

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Entre os cursos com nota máxima, apenas um é de instituição privada, o de Tecnologia em Radiologia, do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo. Minas Gerais é o estado que mais concentra os cursos considerados excelentes pela avaliação do CPC, com 13 graduações na lista das que receberam conceito 5. São Paulo aparece em seguida, com nove cursos e em terceiro lugar, o Paraná, com sete cursos com nota máxima.

No outro extremo, dos 24 cursos com a pior nota – conceito 1 – , 19 são de instituições particulares. Entre os cursos de instituições públicas reprovados, estão os de educação física das Universidades Federais da Bahia (UFBA) e do Espírito Santo e a graduação em serviço social, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Ao comentar os resultados, o ministro da Educação, Fernando Haddad, evitou apontar causas diretas para a disparidade entre os resultados das instituições públicas e privadas, também verificado nos resultados do Enade.

"Possivelmente tem a ver com o regime de trabalho, com a titulação dos professores, mas pode estar ligado também com a condição sócio-econômicas dos alunos, entre outras tantas variáveis", apontou.

Segundo Haddad, o MEC patrocina grupos de pesquisa para avaliar indicadores educacionais e subsidiar as políticas de melhoria da qualidade do ensino. "O melhor a fazer é fomentar a academia para trabalhar esse tema e trazer para o conhecimento dos órgãos públicos o que pode ser feito para melhorar", ponderou.

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Com o CPC, o Haddad espera "racionalizar e desburocratizar" os processos de avaliação do ensino superior, já que apenas as instituições com conceitos 1 e 2 – "mais preocupantes", segundo Haddad – passarão por vistorias in loco. Quem tiver conceito 3, 4 ou 5 será dispensado da visita.