Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Comportamento

Não adianta... o professor viu!

Jeruza Santos, Jhulia Karol e Terezinha Guilhermina comemoram com os guias o pódio triplo do Brasil nos 100 | Buda Mendes / CPB
Jeruza Santos, Jhulia Karol e Terezinha Guilhermina comemoram com os guias o pódio triplo do Brasil nos 100 (Foto: Buda Mendes / CPB)

Qual aluno nunca mandou mensagem no celular, trançou o cabelo da colega da frente, passou bilhete ou até deu aquela cochilada durante a aula? Pode parecer que essas atitudes passam despercebidas ao professor que está lá na frente concentrado, mas não é verdade. A maioria consegue ver praticamente tudo o que é feito em sala.

Adriana do Rocio Vendrameto, professora dos cursos de Enfermagem e Medicina da Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar), já deparou com estudante sentado na primeira carteira – portanto a um palmo de distância dela – jogando pelo celular. "Ele apertava as teclas com força e achava que eu não via", conta. Segundo ela, o uso de celular – seja para jogar, acessar as redes sociais ou mandar mensagem – é o mais comum hoje durante a aula.

Embora essa seja a principal reclamação dos professores – e o que eles mais percebem enquanto dão aula –, a maioria se rendeu à tecnologia e prefere que o aluno use o celular do que converse. "Eu era radical, não deixava atender o celular. Mas hoje vi que algumas coisas não têm como não deixar, como as mensagens, pois eles vão driblar de qualquer jeito e a gente só vai se desgastar se ficar no embate", conta o professor de Comunicação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Marcos José Zablonsky.

Há 12 anos em sala, Zablonsky já viu de tudo: alu­na que tira da bolsa estojo de maquiagem e faz "aquela produção" antes de a aula acabar, gente que abaixa a cabeça e dorme a aula inteira ou aquele que faz o maior lanche dentro de sala e nem se importa com o cheiro de comida que exala pelo ambiente.

Vendas

Em alguns cursos ainda é comum que os estudantes vendam materiais durante as aulas. No curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), isso é uma constante. Como os acadêmicos precisam de roupas adequadas e botas de plástico para ir a campo em algumas disciplinas, muitos professores flagraram galochas passando pela sala durante a explicação. "O mais curioso é que as vendas não param por aí. Já peguei meninas com catálogos de produtos de beleza passando para as colegas", lembra a professora do curso Anderlise Borsoi.

Pontos cegos

Para o alívio dos alunos, existem pontos cegos na sala: as carteiras dos cantos das paredes dos fundos. Não que o professor não consiga enxergar se quiser, mas são locais onde é mais difícil ver algumas ações discretas. Nesses lugares, além de ficar fora do ângulo de visão do professor, é fácil para o aluno se esconder atrás do que está sentado na frente. Esses pontos são, inclusive, usados para colar durante as provas. Por isso os professores costumam andar durante a aplicação, para ver de perto qualquer tentativa ilícita.

Nos dias da semana em que a agitação da turma é maior, nada como se esconder nesses cantinhos para trocar mensagens e bilhetes. O pior dia, de acordo com os professores consultados, é a segunda-feira, pois os acadêmicos querem contar o que fizeram no fim de semana. Em segundo lugar, estão a sexta-feira e os dias que antecedem o feriado. "As meninas vêm até arrumadas para a balada. a ansiedade é tanta que elas não param", comenta o professor Marcos José Zablonsky.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.