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Organize as finanças para não ficar no vermelho durante a universidade

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Na maioria das casas brasileiras, não é costume que os pais ensinem às crianças lições sobre educação financeira. O resultado é que a noção de organização do orçamento começa tarde, quando os filhos crescem e recebem o próprio dinheiro. Nessa fase, um dos primeiros grandes gastos planejados pelo jovem é o da faculdade. O problema é que, sem noção de finanças pessoais, eles correm o risco de cometer erros que prejudiquem não só o bolso, mas também a trajetória estudantil.

Assumir os custos de uma graduação é algo desafiador e envolve uma série de detalhes, desde antes da escolha do curso até o sonho da formatura. Se o aluno optar por fazer um financiamento estudantil para ser pago após a conclusão dos estudos, por exemplo, é importante avaliar quais as chances dele ter uma renda estável para arcar com as parcelas após a graduação. “É preciso ter muito cuidado com a empregabilidade do curso. Infelizmente existem cursos difíceis e caros que não oferecem boas oportunidades de trabalho depois”, explica a diretora do setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paraná, Ana Paula Cherobim.

Além de um curso promissor para as suas habilidades, é importante buscar uma instituição reconhecida, que atenda aos padrões estabelecidos pelo MEC e mercado de trabalho, afirma Ana Paula. Assim as chances de garantir um emprego e uma boa renda aumentam.

A palavra-chave da organização financeira é planejamento. Para quem já escolheu o curso e a universidade pretendidos, o próximo passo é pensar no total dos gastos que se estendem ao longo dos anos de graduação. Eles começam com o valor da mensalidade, passam pelos materiais de apoio que deverão ser usados no curso e vão até as despesas do dia a dia, como alimentação, transporte e moradia (para quem vai estudar em outra cidade). Nesse caso, a dica é da planejadora financeira Licelys Marques. “Uma boa ideia para ter noção dos gastos é conversar com alguém que já está fazendo o curso”. Ela orienta o estudante a fazer uma média de gastos mensais e ser “pessimista”: sempre arredondando o valor para mais.

Um costume recorrente é o de envolver o orçamento de toda a família na graduação de um único membro – geralmente um dos filhos. Nesses casos, o estudante ganha uma boa ajuda nesse planejamento. Se ele quiser garantir a vaga em uma instituição, mas não tiver como pagar as mensalidades por um tempo, a família pode rever o orçamento, cortar gastos e até vender alguns bens para juntar uma certa quantia. O consultor financeiro Erasmo Vieira orienta o aluno a aproveitar esse tempo em que os pais podem pagar a graduação para planejar gastos futuros – quando a ajuda acabar. “É a hora de buscar trabalho nos laboratórios, programas de monitoria ou até fora da universidade, com a experiência adquirida lá”, orienta Vieira.

Vale a pena esperar

Para os especialistas, deve ser feita uma análise cuidadosa sobre o investimento pretendido. E, se a pessoa não tiver renda suficiente para pagar a faculdade, não há problema nenhum em esperar um pouco antes de começar a estudar. Nesse meio tempo, ele pode se preparar melhor para passar em uma universidade pública e fazer trabalhos temporários que vão aumentar a poupança para a faculdade. Também é possível fazer um curso técnico na área em que deseja atuar ou um curso que enriqueça o currículo, como um novo idioma. “Durante essa pausa, na verdade o estudante não para. Continua se preparando, estudando e se qualificando para o mercado de trabalho”, afirma Vieira.

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