Professores do cursinho da Poli e do Sistema Anglo de Ensino apontaram problemas na formulação, alguns gramaticais, em pelo menos cinco questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aplicado neste domingo em todo o país.

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- Percebemos questões mal formuladas, com problemas de concordância, de crase, de vírgula mal colocada, ou seja, falhas de linguagem de forma geral - afirmou o professor Sezar Sasson, orientador pedagógico e supervisor de biologia do Sistema Anglo de Ensino. As questões do Enem foram as mesmas, mas com a ordem alterada em quatro provas diferentes: branca, azul, rosa e amarela. A redação teve o mesmo tema: o trabalho infantil.

Gilson Costa, professor de português do cursinho da Poli, cita como exemplo de erro a questão 46 de biologia da prova azul.

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- Ela tem uma falha crucial, pois separa por vírgula sujeito do predicado.

Sasson observou a questão 41 de biologia da prova amarela.

- Uma das frases da pergunta diz que o DNA tem, com acento circunflexo no e, o que só seria usado se o DNA fosse uma palavra no plural.

Ele aponta também erros na questão 49 de biologia.

- É uma questão sem resposta e há problema no gráfico.

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Costa diz que a prova primou por modelos clássicos que já vinham sendo adotados em anos anteriores.

- Eles abusaram da imagem junto com o texto. Isso facilitou para os alunos, pois quem não entendeu as frases pôde interpretar a questão pela imagem.

O professor considerou a redação persuasiva.

- A explicação do tema teve adjetivos que induziram o aluno. A palavra crueldade, por exemplo. Isso deixou claro aos estudantes qual caminho os organizadores esperavam que ele tomasse.

As professoras de matemática Roseli Alves de Moura e Thaís Oliveira, do cursinho da Poli, acharam que a prova foi mais difícil neste ano, podendo ser comparada a um vestibular.

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- Até uma questão da Fuvest na disciplina de matemática foi repetida nesta prova (na branca, ela é a de número 30) - explica.