Na Capital
Em Curitiba, o Sismmac (Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba)já tem programada uma greve com início no dia 15 de abril. De acordo com Rafael Alencar Furtado, diretor de Comunicação e Imprensa, o sindicato apóia a paralisação nacional, mas passa por um momento específico de negociação. "Se permanecermos em greve até dia 24, estaremos cumprindo com a recomendação da CNTE. Caso já tenhamos voltado ao trabalho, não teremos condições de fazer outra greve. Faremos um ato de apoio", explica.
Entre as reivindicações dos professores municipais da capital já estão contempladas algumas questões da lei do piso nacional. "Aqui em Curitiba a prioridade é avançar na questão das horas atividade", completa.
Os professores da rede estadual de educação do Paraná devem fazer uma paralisação de 24 horas no dia 24 de abril por uma pauta local de reivindicações e para apoiar o movimento nacional pelo cumprimento da lei do piso geral do magistério. No estado, a categoria já havia optado em assembleia por sincronizar o calendário com o da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que decidiu nesta sexta-feira (3) a data da paralisação nacional.
Segundo o Secretário de Imprensa e Divulgação da APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná), Luiz Carlos Paixão, os principais pontos da pauta local de reivindicações são: o pedido de equiparação dos salários dos professores com o dos demais servidores estaduais, o que representaria um aumento de 25,97%; melhorias nas condições de trabalho e saúde dos educadores; posse de funcionários aprovados em concursos públicos há mais de dois anos; e implementação do auxílio transporte para os funcionários.
No âmbito do país, o pedido é pelo cumprimento da lei que instituiu o piso salarial nacional de R$ 950. Em outubro de 2008, governadores de cinco estados, entre eles o Paraná, entraram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei. O STF definiu, em dezembro, que o piso salarial entraria em vigor em janeiro e que o aumento do tempo de planejamento de aulas para um terço da carga horária de trabalho do professor, previsto em lei, ficaria suspenso até novo julgamento.
"Nós lamentamos o fato de o Paraná ter assinado essa Adin, mesmo porque o estado já paga o equivalente ao piso. Em setembro do ano passado conquistamos o reajuste de 10%, que colocou os vencimentos nesse patamar. Portanto, isso foi uma surpresa. Mas ela (a Adin) não impede de continuar o debate dos demais itens da lei do piso. Continuaremos cobrando o reajuste do valor, conforme o piso nacional, e o terço de horas atividade", diz Paixão.
A lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2008 e prevê que o piso nacional seja pago a todos os professores do ensino básico da rede pública para uma carga horária de 40 horas semanais, a partir de 2010. A aplicação da Lei seria de forma progressiva, com o primeiro reajuste em janeiro de 2009, entretanto alguns estados não o fizeram por considerar a lei inviável do ponto de vista orçamentário.
Ainda de acordo com Paixão, o piso salarial nacional para o magistério é fundamental para a qualidade do ensino. "Achamos fundamental essa mobilização porque os professores do país passam por uma situação é muito difícil. Em algumas regiões os professores têm vencimentos menores que o salário mínimo. Falar em qualidade do ensino na falta de uma política nacional como essa é quase uma ficção", explica.
A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) na tarde desta sexta-feira para obter uma posição do órgão a respeito da paralisação. Porém a assessoria de imprensa da Seed informou que as pessoas autorizadas a falar do assunto não estavam disponíveis, e uma resposta só poderia ser fornecida na próxima semana.
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