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Polêmica

UFPR faz mais entrevistas com cotistas negros na segunda-feira

As entrevistas com os candidatos ao vestibular 2005 da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que fizeram inscrição como cotistas negros, mas não tiveram sua documentação aceita, continuam na segunda-feira (21) pela manhã. Nesta sexta-feira foram entrevistados candidatos durante todo o dia. No total, 122 pessoas ficaram sob suspeita de não se enquadrar nas regras do concurso. O resultado da verificação sai na próxima terça-feira (22).

Muitos vestibulandos confundiram as regras e fizeram inscrição por ter parentes negros na família. As entrevistas com os candidatos sob suspeita funcionam da seguinte maneira: o estudante diz por que se considera negro ou pardo, quem da família é negro e se já sofreu algum tipo de discriminação por causa da aparência. A comissão que recebe os candidatos é formada por duas bancas especiais compostas por três pessoas cada, que são integrantes da UFPR ou da sociedade, inclusive de movimentos negros. Cada entrevista durou cerca de 15 minutos.

A maioria dos candidatos que foi fazer entrevistas nesta sexta pretende entrar com ação na Justiça caso não sejam considerados negros. Um deles estava até tentando agrupar gente para mover uma ação coletiva. Um vestibulando disse que se soubesse que as cotas eram só para pretos e não para pardos, ele nem se inscreveria como cotista. Algumas pessoas que foram fazer a entrevista tinham claramente traços de brancos, como olhos verdes e cabelos lisos.

Segundo as normas do vestibular 2005 publicadas em edital, os candidatos de inclusão racial deveriam fazer, na hora da inscrição, uma declaração de próprio punho, perante autoridade constituída da UFPR, de que pertence ao grupo preto ou pardo - conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros são divididos em pretos e pardos - de que é assim reconhecido na sociedade e de que possui traços fenotípicos que o identificam com o tipo negro.

Também estão sendo verificados casos de estudantes cotistas que não conseguiram provar que estudaram sempre em escola pública. No total, 65 estudantes tiveram esse problema.

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