A data da 2.ª fase do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi modificada por causa das ocupações de nove prédios da instituição. A universidade decidiu antecipar para sábado (26) as provas que seriam realizadas na segunda-feira (28), com exceção da prova específica de música. A medida afeta 9,3 mil candidatos dos 14,5 mil que participarão do exame, também os candidatos que prestarão o concurso nos campi do Litoral, Palotina, Jandaia do Sul e Toledo.
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A decisão foi tomada “em respeito às 15 mil famílias dos candidatos e para garantir a integridade do concurso de vestibular”, informou o reitor Zaki Akel Sobrinho, em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (21). “É a maneira que temos para garantir o menor dano para essas pessoas”, disse.
A opção por antecipar apenas a prova de segunda-feira, de acordo com o reitor, foi escolhida para atingir o menor número de candidatos. Por outro lado, a Pontifícia Universidade Católica (PUCPR), local para o qual foram realocados 80% dos vestibulandos, não teria disponibilidade de oferecer suas instalações durante a semana. O exame também não poderia ser postergado, pois essa decisão acarretaria problemas ao ingresso dos alunos em 2017.
Além da PUCPR, os candidatos farão o exame nas sedes do Colégio Marista Paranaense e do OPET. O ensalamento será divulgado nesta terça-feira (22).
O custo para alterar os locais de prova será de R$ 30 mil. Segundo o coordenador do Núcleo de Concursos da UFPR, Mauro Belli, o valor será retirado da receita do processo e não de outros recursos da universidade.
Reintegração de posse
O pedido de reintegração de posse foi protocolado pela Advocacia-Geral da União (AGU) por requisição da Reitoria. Segundo Zaki Akel, após diversos apelos, os alunos se recusaram a dialogar e não participaram de nenhum dos debates realizados. A expectativa era de que eles saíssem neste domingo (20), mas como isso não aconteceu, e ocorreu a invasão na UTFPR, com problemas para a realização das provas da Unioeste, a UFPR decidiu recorrer a esta medida.
“Não posso me omitir mesmo estando a menos de 30 dias do término do meu mandato como reitor”, disse Zaki. Para ele, essa é uma das piores crises da história da universidade. “Em oito anos como reitor, nunca vivemos momentos tão tensos. Não gostaria de ter que chegar ao uso da força policial, continuo acreditando no bom senso”, ressaltou.
Para o reitor, a ocupação cumpriu o papel de chamar a atenção para as reivindicações dos alunos. “Defendo que a universidade sirva como espaço para seminários e eventos para debater a PEC 55 [que determina limite para gastos públicos] e a MP 746 [sobre a reforma do ensino médio], mas agora esta situação está deteriorando as relações na universidade”, concluiu.