Noventa e três candidatos fazem neste domingo (29) as provas do vestibular especial para licenciatura em Letras/Libras da Universidade Federal do Paraná (UFPR). As provas serão realizadas no prédio histórico , na Praça Santos Andrade, a partir das 8h30. O tempo de duração do exame será de cinco horas . Os candidatos terão pela frente 30 questões, sendo 21 delas somente em libras.
As vagas são destinadas para ampla concorrência e para pessoas com algum tipo de deficiência auditiva - comprovada por laudo médico e exame audiométrico. São 30 vagas, das quais cerca de 70% são destinadas aos deficientes auditivos.
De acordo com a Universidade Federal do Paraná, essa será a segunda turma em Letras/Libras e o principal objetivo da universidade é abrir uma oportunidade ainda maior para as pessoas que possuem conhecimentos em libras, replicando o acesso à educação e formando professores especializados nessa área.
O curso está em acordo com o Plano dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Programa Viver sem Limite e tem o objetivo de ampliar o acesso das pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Segundo a coordenadora de Letras/Libras da UFPR, Suely Fernandes, a aplicação é diferente do vestibular comum. O desenvolvimento da prova é feito inteiramente em vídeo, as questões são repetidas três vezes e ela é sinalizada. O conteúdo da prova será bem dinâmico com desenho, gráfico, imagens e tabela.
Para participar do processo seletivo, o candidato precisa ter concluído o ensino médio e possuir certificação em Língua Brasileira de Sinais. A graduação possui duração mínima de 4 anos e as aulas serão ministradas no período noturno. “Para difusão e garantia da educação bilíngue, o decreto nº 5626 de 2005 traz uma política de implantação de cursos em Libras”, comenta Fernandes.
Libras
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é utilizada para a comunicação por deficientes auditivos e também para os ouvintes. Ela é considerada uma língua como qualquer outra, com suas estruturas morfológicas, semânticas e sintáticas, mas a sua principal diferença é que ela usa a imagem como linguagem de expressão. As línguas de sinais não são universais e possuem uma estrutura diferente para cada país, pois dependem da cultura, das expressões e dos regionalismos de cada local.
De acordo com a coordenadora de Letras/Libras, a Língua Brasileira de Sinais é considerada um idioma falado, oficializado no Brasil desde 2002 por uma lei federal.