A exemplo de outros países, instituições querem criar uma ilha de excelência no Paraná| Foto: /

Criar uma sociedade de excelência em educação, saúde, cultura e em todos os outros aspectos do desenvolvimento humano requer muito mais do que recursos financeiros e boa vontade. É preciso planejar e executar projetos de referência, o que exige pesquisa, inovação e engajamento de pessoas de diferentes setores da sociedade. Profissionais que tenham orgulho de construir sistemas para melhorar a vida de todos, de uma forma suprapartidária, com respeito às diferenças.

CARREGANDO :)

Parece uma utopia, mas uma faísca de esperança começa a surgir no Paraná. Reitores e representantes das quatro importantes universidades no Paraná realizaram nesta sexta-feira (1º) a segunda rodada de discussões de um projeto audacioso que querem lançar ainda no segundo semestre. A ideia é unir os conhecimentos dos especialistas das diferentes áreas e, com convênios estabelecidos com empresas e os poderes públicos, alavancar pesquisas de ponta em prol de melhorias concretas para a população.

Sucesso em outros países

A cooperação entre a academia, as empresas e o governo não é novidade e foi uma receita de sucesso em vários países. O exemplo mais conhecido é o do estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Há 50 anos, a Carolina do Norte amargava um dos piores índices de desenvolvimento humano do país. Nessa época, três universidades – duas públicas e uma privada – se reuniram em uma ação específica para construir, em parceria com empresas e as autoridades públicas, um parque científico. Hoje, a região se transformou em um centro de excelência tecnológica e de promoção de bem-estar, não só daquela região, mas com impacto na economia norte-americana.

Publicidade

Não é a primeira vez que Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e Universidade Positivo (UP) se unem para a realização de pesquisas e atividades comuns. Mas a ideia dessa iniciativa é mais audaciosa: promover um protocolo de trabalhos e incentivos que de fato promovam mudanças significativas para o bem comum e extrapolem o Paraná.

“Queremos construir uma aliança estratégica entre as universidades, o setor produtivo e o poder público, a exemplo do que deu certo em outros lugares, como o chamado triângulo de pesquisa na Carolina do Norte [leia mais ao lado], para gerar desenvolvimento”, disse o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, no encontro de hoje. O próximo passo, segundo ele, é conquistar o apoio de entidades do chamado “G7”, que reúnem os responsáveis pelas diversas áreas de desenvolvimento econômico do estado - Fecomércio, Faep, ACP, Fiep, Fecoopar, Fetranspar e Federação das Associações Empresariais e Comerciais do Estado do Paraná. Depois, serão procuradas as autoridades públicas, das cidades e do Estado.

De acordo com o reitor da UTFPR, Carlos Eduardo Cantarelli, cada universidade, com o seu perfil, poderá complementar esse grupo e assim conseguir resultados mais eficazes. “A UTFPR, com sua tradição técnica e extensão – está em Curitiba e outras treze cidades no Paraná –, pode contribuir muito e dar repercussão a essa iniciativa”, afirmou.

“Ecossistema de inovação”

Para conseguir implantar e manter um “ecossistema de inovação” que tenha impacto real e positivo na sociedade é necessário estabelecer sistemas de troca de informações, de ações complementares e relacionamento, disse o vice-reitor Paulo Otávio Mussi, representante da PUCPR. “Não bastam todas as universidades com suas diversas competências para realizar esse ecossistema de inovação se não criarmos sinergia, mecanismos de interação, para que surjam ideias e novos potenciais sejam criados”, avaliou.

Publicidade

Tendo em conta a pobreza do país, “seria uma estupidez pragmática se nessa situação não se buscasse o máximo de cooperação e solidariedade”, confirmou Pio Martins, reitor da UP. “Hoje já há sementes dessa cooperação entre as quatro universidades e essa iniciativa vai ampliar ainda mais os seus