Gratidão. Esse é o sentimento de Luana Copini pelo Cursinho Solidário de Curitiba. Graças à ajuda recebida dos professores do curso preparatório de vestibular e, claro, à sua força de vontade, Luana conseguiu passar na faculdade de jornalismo em 2007 na PUCPR, curso que depois transferiu para a Faculdade Mackenzie, em São Paulo. Com a vitória, outras portas se abriram. Em novembro de 2011 ela venceu o 6.º Prêmio Santander Jovem Jornalista e segue em janeiro para Pamplona, na Espanha, para uma bolsa de estudos na Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra. Em entrevista para o Vida na Universidade, ela conta como conseguiu passar por cima das dificuldades econômicas para realizar seus sonhos.
Primeiro, o prêmio. Conte para nós como soube e por que decidiu participar.Soube da Semana Estado de Jornalismo pelo Facebook, em uma postagem de um dos meus professores do curso aqui em São Paulo. O 6º Prêmio Santander Jovem Jornalista depende da Semana Estado de Jornalismo. Na ocasião foi feito um ciclo de palestras no auditório do jornal O Estado de S. Paulo e ao término deste ciclo, todos os candidatos que desejavam concorrer ao Prêmio Santander deveriam escrever uma matéria e enviar em até 72 horas para a comissão avaliadora. Desta etapa saíram seis finalistas com matérias publicadas no site do Estadão e com um notebook em mãos. Destes 6 finalistas, um ganhou a bolsa. Então são dois processos que se complementam.
Quando você viaja? O que vai fazer lá? A princípio, viajo em janeiro. Na Universidade de Navarra, eles oferecem programas individualizados reconhecidos como Títulos Próprios, nos quais você pode escolher a sua grade curricular e o direcionamento das disciplinas que irá cursar. É como se fosse um curso de especialização. Serão 6 meses de estudos.
Agora, um pouco do passado. Como era a sua vida antes, no ensino médio, em Santa Catarina? Por que veio para Curitiba?Minha vida em Mondaí (uma cidade do extremo oeste catarinense com 9 mil habitantes) era uma eterna adolescência. Gosto muito de lá, costumo dizer que lá a gente vive, aqui "sobrevive". Em contrapartida a uma terra de excelente qualidade de vida, não há perspectiva de crescimento profissional. Fui para Curitiba em busca de algo diferente e só fiquei porque consegui uma vaga no Cursinho Solidário.
Em que medida o cursinho foi importante para você?Na escola aprendemos apenas de forma letiva, no cursinho os professores faziam (e fazem) questão de trazer tudo isto para a realidade, o que faz com que memorizemos de maneira prática e sem muitos esforços. O cursinho foi importante tanto no incentivo ao estudo e ao aprendizado, quanto na escolha da minha profissão. Quando entrei no cursinho pensava em fazer Psicologia, Direito, Agronomia ou até Ciências Sociais, mas em contato com diferentes profissionais e situações fui parar no jornalismo. Do cursinho às páginas na internet e no impresso, cobertura política e textos reflexivos. Quis fazer parte disto tudo. O cursinho também colaborou de maneira significativa para que conseguisse passar no Enem e conquistar uma Bolsa Integral pelo PROUNI na PUCPR, que futuramente foi transferida para a Mackenzie, em São Paulo.
Você tinha como pagar um cursinho regular? Como era a situação financeira na época?Não tinha condições financeiras de pagar um cursinho pré-vestibular e nem uma faculdade. Minha mãe tem um restaurante em Mondaí e, além de ajudá-la, também trabalhei lá em uma floricultura e em uma corretora de seguros. Já em Curitiba trabalhei em banco, shopping e call center. Sou bolsista integral na faculdade pelo ProUni, mas precisava de empregos esporádicos para minhas despesas de aluguel e etc.
Você sempre estudou em escolas públicas?Só fiz o pré-escolar em uma escola privada. Da 1ª série em diante frequentei escolas públicas, até me formar no ensino médio.
Quando você se mudou para São Paulo? Como foi a transição da PUCPR para a Mackenzie?Comecei minha faculdade em 2007 na PUCPR, mas como tinha que me sustentar financeiramente e não consegui estágio remunerado resolvi mudar (na época em Curitiba havia uma espécie de Estágio de Observação e valia como horas complementares na universidade). Vim para São Paulo em 2009 e estou me formando com três anos de Mackenzie. As duas instituições são muito semelhantes apesar de uma ser católica e a outra protestante. A estrutura e a avaliação das duas são reconhecidas nacionalmente, os professores bem qualificados e o ambiente oferece um real espaço de troca de experiências. A grande mudança na minha vida não foi com relação aos estudos, mas com a troca de experiências e novos conhecimentos culturais e de relacionamento. Meu grande ganho foram os amigos que fiz no caminho em que percorri e os trabalhos que deixei para que outros deem continuidade.
E hoje, no que está trabalhando? Se forma no fim do ano?Como me formo no final do ano, esta bolsa fechará um ciclo acadêmico. Hoje trabalho com jornalismo especializado, sou produtora e apresentadora de um programa semanal de TV, direcionado a pais e educadores de crianças de 0 a 6 anos. Mas tenho um sério problema, gosto de muita coisa. Meu projeto de conclusão de curso é um videodocumentário sobre a UHE Belo Monte. Viajei à Altamira em julho deste ano para realizar o trabalho.
O que você diria para pessoas que, como você, têm grandes sonhos?Todos nós podemos, é só querer e acreditar. O cursinho é um suporte incrível para chegar lá, mas metade da conquista é feita por nós mesmos. Não basta frequentar as aulas, tem que estudar, estudar de verdade! Sair do solidário com a apostila aberta no ônibus. Sabe uma dica para aprender? É ensinar, estude em dupla, ajude quem tem mais dificuldades que você, aprenda junto. Este é o segredo!
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