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"Home Office é tendência"
Tendência no mundo corporativo, especialmente entre empresas de tecnologia e internet, as rotinas de trabalho flexíveis encantam quem está acostumado a cartões ponto e horários rígidos. Para especialistas, a valorização do cumprimento de tarefas e não de um determinado número de horas vem ganhando cada vez mais adeptos.
Segundo o headhunter e professor do FAE Centro Universitário Cristian Kim, os consultores de t ecnologia da informação ou TI são um exemplo de profissionais que atuam quase como autônomos, definindo a própria agenda. "Muitos deles negociam a agenda de segunda a quinta-feira e assim ganham um dia a mais para o fim de semana", explica Kim.
Turnos variados
O professor cita ainda os departamentos de suporte técnico de multinacionais que atendem filiais em todo o mundo. Nessas empresas, onde é preciso estar on-line 24 horas por dia, há turnos variados, muitas vezes cumpridos de casa. "O home office [quando o trabalho é feito de casa] é uma tendência porque é ótimo para a empresa, que gasta pouco com estrutura, e para o profissional, que passa a definir a própria rotina", diz.
Conseguir mais tempo livre parece ser um desejo em qualquer profissão, seja para desfrutálo em atividades de lazer ou para acumular outras ocupações. E há quem escolha o curso universitário pensando justamente em opções que permitam uma rotina diferente daquela de quem trabalha das 8 às 18 horas todos os dias.
Para o consultor em recursos humanos e headhunter Bernt Entschev, quem escolhe a carreira pensando numa carga horária menor ou mais flexível, geralmente, são jovens que vêm de famílias financeiramente estáveis, que planejam a carreira desde cedo e colocam a qualidade de vida acima da necessidade de emprego imediato. "Muitas dessas pessoas assistiram seus pais trabalhando muito e com pouco tempo para os filhos. Quem passa por isso procura não repetir a rotina dos pais", explica.
Entretanto, dedicar mais tempo para a família ou para o lazer nem sempre é a motivação principal de quem sonha com menos horas de trabalho. O interesse de atuar em áreas diferentes da formação acadêmica que possui também é citado pelo especialista como fator de influência. "Há analistas de sistemas que tocam em bandas, por exemplo, ou quem faça questão de dedicar uma parte do tempo a alguma ONG [organização não governamental]", diz.
Expediente
Embora políticas internas de cada empresa influenciem muito na quantidade de horas exigidas, algumas profissões são limitadas por lei a ter carga horária inferior a 44 horas semanais. De acordo com Joselis Andretta de Souza, coordenadora de seleção da agência Nossa Gestão de Pessoas, é a área de saúde a que mais oferece oportunidades com jornadas reduzidas. Na agência, por exemplo, vagas para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais costumam ser limitadas em 30 horas semanais.
A legislação também impede médicos de assinarem contratos de trabalho que prevejam atendimento por mais de 4 horas diárias por estabelecimento, mas na categoria são raros os que optam por trabalhar em apenas um consultório. Situação parecida com a de professores, que, em regra, têm contratos de apenas 20 horas semanais, mas podem dobrar o expediente dando aula em outras escolas. Na linha das jornadas reduzidas, jornalistas também estão entre as profissões regidas por regulamentação específica, com carga de 30 horas semanais.
Rotina de horários flexíveis
A fisioterapeuta Giovana Cristina Cavalli, 22 anos, concluiu o curso em 2010 pela faculdade Dom Bosco e foi aprovada num concurso público da prefeitura de Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela trabalha 30 horas semanais, mas isso não significa exatamente seis horas por dia. Nas terças e quintas-feiras, por exemplo, ela trabalha tanto pela manhã quanto à tarde, mas nas quartas-feiras ela cumpre expediente de apenas duas horas. E nos dias da semana em que a rotina é mais curta, ela dá aulas de Ciências para o ensino fundamental numa escola particular.
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