A equipe curitibana vencedora do Imagine Cup: Thiago Ribeiro, Fernanda da Costa, Rafaela Costa e Rafael Kaminenko| Foto: Divulgação

Reconhecimento

Destaque em torneio mundial

Vencedores do Imagine Cup 2011, torneio universitário organizado pela Microsoft e considerado a Copa do Mundo da Computação, os quatro estudantes da equipe Signum Games já viraram referência nacional quando o assunto é jogos. Depois da conquista obtida em julho, nos Estados Unidos, os alunos do curso tecnológico em Jogos Digitais da Universidade Positivo estão viajando o país inteiro para divulgar a edição 2012 do evento que lhes deu o título, o prêmio e o reconhecimento mundial.

Segundo a integrante do grupo Rafaela Costa, o UCan, jogo com o qual a equipe ganhou o torneio, deve chegar ao mercado brasileiro no ano que vem. Trata-se de um game de estratégia no qual o desafio é conseguir o engajamento do maior número possível de pessoas na resolução de problemas urbanos. O nome é uma brincadeira fonética com o termo inglês "you can" (você pode, em tradução literal).

Visibilidade

Rafaela conta que a vitória na competição lhes abriu muitas portas e os colocou em contato com importantes empresas do mercado norte-americano. "Recebemos orientação do pessoal da Eletronic Arts sobre o melhor caminho para o jogo virar produto", conta. A Eletronic Arts é responsável por jogos de sucesso, como o Fifa Soccer.

Sobre as oportunidades no mercado, Rafaela é otimista. "Você faz um jogo aqui e ele acaba sendo vendido no mundo todo. Não tem como não ganhar dinheiro com isso", diz. A equipe foi convidada para entrar como sócia da desenvolvedora de ferramentas para softwares Axis 3D, empresa incubada pela Universidade Positivo e com filial em São Paulo.

Serviço>>> As inscrições para a Imagine Cup 2012 estão abertas e esta edição terá a final em Sydney, Austrália. Mais informações no site oficial do evento.

CARREGANDO :)

Trabalhar com aquilo que se gosta é uma máxima que serve para todas as áreas. Mas, desde a chegada dos cursos de graduação em Jogos Digitais, o senso comum leva a pensar que se trata de puro divertimento. Naturalmente, é difícil achar algum profissional da área que não adore aquilo que faz, mas a formação de quem atua na indústria de games não é brincadeira.

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Em Curitiba, há dois cursos tecnológicos voltados ao desenvolvimento de jogos digitais. Um na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e outro na Universidade Positivo (UP). Segundo o Ministério da Educação (MEC), no Brasil são 33 as instituições de ensino superior que oferecem vagas na área.

O professor Fábio Vinícius Binder, criador do curso na PUCPR, explica que o setor geralmente é dividido entre três tipos de profissionais com formações específicas: artistas, game designers e programadores. Enquanto os artistas preocupam­se com o visual do jogo, o game designer faz ele ficar atrativo pela facilidade dos comandos, a história envolvente e outros recursos que aperfeiçoam o divertimento. Ao programador – foco da formação na PUCPR – cabe criar a estrutura que vai sustentar tudo isso.

Para dar conta do trabalho, o profissional precisa de conhecimentos em banco de dados, inteligência artificial, simulação de movimentos, diferenças entre sistemas operacionais e até matemática.

Plataformas

Outro item fundamental na formação dos desenvolvedores de jogos é conhecer todos os tipos de plataformas possíveis. A Newzoo, uma das principais empresas de pesquisa sobre a indústria de games no mundo, considera que há pelo menos sete plataformas para as quais são produzidos jogos hoje: consoles (XBox, Playstation, etc.), mídias sociais, dispositivos móveis (celulares, iPads, etc.), para computadores via download, para computadores via CD/DVD­ROM, sites de jogos e os chamados MMOs (Massive Multiplayer On­line), que exigem a participação de vários usuários ao mesmo tempo.

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Numa pesquisa divulgada em junho deste ano, a Newzoo revelou que o Brasil tem 35 milhões de jogadores ativos, ocupando a 4.ª colocação no mercado mundial de jogos on­line. Por aqui, os sites de games fazem sucesso e contam com a preferência da maior parte dos usuários (77%). Em seguida estão aqueles que se entretêm com os jogos das mídias sociais, celulares e MMOs (69%).

Apesar do enorme número de usuários, de acordo com Binder, ainda são poucas as empresas nacionais se destacando no setor. "Curitiba certamente é um dos polos, mas a maioria das iniciativas locais ainda é de pequeno porte. Há muito espaço para crescer", diz.

>>>Você se diverte com a sua profissão? Se pudesse, trocaria de área? Deixe seu comentário!