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A sala de aula não estava nos planos de Priscila Resmer. "Tem sido uma oportunidade fantástica" | Walter Alves / Gazeta do Povo
A sala de aula não estava nos planos de Priscila Resmer. "Tem sido uma oportunidade fantástica"| Foto: Walter Alves / Gazeta do Povo

Quem são eles?

Conheça alguns detalhes sobre o ingresso de professores substitutos nas universidades:

O chamado

Entre as razões mais comuns para que professores substitutos sejam contratados estão: gestação, afastamento para estudo ou missão no exterior, participação em programa de pós-graduação stricto sensu em outra instituição de ensino superior, licença para tratamento de saúde superior a 60 dias, nomeação para ocupar cargo de reitor, pró-reitor e diretor-geral de câmpus e aposentadoria.

Proporção

As regras mudam de acordo com a instituição, mas, nas federais, o número de substitutos não pode ultrapassar 20% do total de docentes efetivos em exercício.

Permanência

Professores substitutos só podem ser contratados temporariamente. Após dois anos de atividade, é preciso que deixem a universidade e só poderão ser contratados novamente dois anos depois da saída.

Contratação

Em universidades públicas, professores substitutos só podem ser contratados como efetivos se passarem por um concurso. Em particulares, a contratação pode ocorrer em qualquer momento.

Atribuições

Cada universidade define como será a atuação do professor. Enquanto em algumas é permitida a orientação de trabalhos de conclusão de curso, em outras não há esse envolvimento. O uso das dependências da instituição também pode ser diferenciado, incluindo o uso de salas, computadores e outros equipamentos.

Quem vê a segurança da professora substituta Priscila Resmer, 26 anos, em sala de aula não imagina que a docência nunca fez parte dos seus planos. Professora do Departamento de Física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), ela encarou o desafio recentemente, depois de buscar orientação profissional com um coach.

Formada em Física, Priscila trabalhou em um hospital infantil e viajou o Brasil todo para vender um software e capacitar médicos para usá-lo. Sem se identificar com os empregos, ela estudou suas aptidões e descobriu a sala de aula como uma boa saída. Em 2012, Priscila começou um mestrado e passou em um concurso para ser professora substituta. "Tem sido uma oportunidade fantástica", conta a docente de Física da Saúde.

Substitutos são chamados sempre que os docentes efetivos têm de se ausentar da universidade por um período mais longo. Mais do que cobrir uma ou outra aula, eles são contratados para assumir toda a carga horária de uma disciplina e podem até, dependendo da universidade, ser orientadores de trabalhos de conclusão de curso. No caso da UTFPR, as atribuições são as mesmas entre todos os professores.

Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), os substitutos ficam até dois anos no cargo e não podem ser orientadores. Segundo Lânia Virginia Busnello Vaz, coordenadora de Planejamento de Pessoal da UFPR, esses professores são contratados a partir de um processo seletivo, com análise de currículo, prova didática e, em alguns casos, prova prática. Hoje, a Federal tem 124 professores substitutos.

Concurso

Em instituições públicas, para se tornarem efetivos, os professores precisam ser aprovados em concurso. Embora o trabalho como substituto não signifique mais pontos, a experiência é um diferencial na hora de buscar uma vaga permanente. "A vantagem é que os substitutos tiveram experiência em sala e, nas provas de desempenho didático, costumam se sair bem", conta Carlos Henrique Mariano, pró-reitor adjunto de Graduação e Educação Profissional da UTFPR.

Enquanto aguarda ser convocado para assumir a vaga de professor efetivo na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), onde passou em um concurso, o engenheiro civil Eduardo Pereira, 28 anos, segue com as aulas como professor substituto na UFPR. Mestre em Engenharia de Construção Civil e doutorando em Engenharia e Ciência de Materiais, ele conta que, ao assumir as turmas, percebe a insegurança que vem de alguns alunos. "Eu dou aula para alunos mais velhos e, no início, eles ficam desconfiados. Mas isso passa quando eles conhecem melhor os professores e o tratamento é igual entre todos", conta.

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