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Segundo a professora Adriana Pelizzari, da FAE, novos cursos devem atender à demanda do mercado e estar entre as opções do MEC | Henry Milleo / Gazeta do Povo
Segundo a professora Adriana Pelizzari, da FAE, novos cursos devem atender à demanda do mercado e estar entre as opções do MEC| Foto: Henry Milleo / Gazeta do Povo

Autorização e reconhecimento devem ser levados em conta

Estar autorizado a funcionar pelo Ministério da Educação (MEC) é um dos critérios essenciais para avaliar a credibilidade de um curso recém-criado. Conforme a professora Adriana Pelizzari, da FAE, centros universitários e universidades têm autonomia para abrir novas opções acadêmicas sem a necessidade de inspeção do governo, bastando informar o ministério. Faculdades passam por avaliação mais criteriosa antes de receberem autorização.

O reconhecimento, entretanto, é resultado de um processo avaliativo pelo qual passam todas as instituições de ensino superior. Normalmente, quando a primeira turma do curso está prestes a se formar, o MEC envia representantes que observam infraestrutura, bibliografia e titulação dos professores, entre outros fatores.

Diferença

O professor Ronaldo Casagrande explica que, frequentemente, os alunos confundem autorização com reconhecimento. "Um curso novo que está autorizado, mas não foi reconhecido, não é um curso ruim. Ele apenas ainda não completou o ciclo necessário para ser avaliado", diz.

A primeira turma de um novo curso universitário enfrenta situações que a diferenciam de todas as outras que virão. Da ausência de veteranos ao desafio dos professores em fazer com que a nova opção acadêmica ganhe credibilidade, a formação de uma identidade depende muito dos pioneiros – sejam estudantes ou docentes.

Quem se matricula em um curso recém-lançado costuma dar um voto de confiança à instituição, já que não pode colher opiniões sobre a qualidade das aulas com outros alunos. É o caso de Catherine Guimarães Canticas de Assis, 20 anos, que fará parte da primeira turma de Tecnólogo em Produção Multimídia, na FAE Centro Universitário. "Ainda não tenho como julgar o curso, mas o escolhi porque é uma área que gosto e confio na instituição", diz. Catherine, que abandonou Direito, conta que pesquisou as grades curriculares de vários cursos, em diversas instituições, até achar uma com a qual se identificasse.

Cursos tecnólogos tendem a surgir com mais frequência que bacharelados e licenciaturas por serem mais direcionados ao mercado de trabalho e atenderem nichos específicos que costumam exigir formação imediata de mão de obra.

Influência

Segundo o diretor do Centro Tecnológico Positivo, Ronaldo Casagrande, o lançamento de um novo curso é influenciado por indústrias que surgem em determinada região ou pela percepção dos docentes ativos no mercado, que informam a instituição sobre necessidades constatadas pelas empresas.

A professora Adriana Pelizzari, assessora da Pró-Reitoria Acadêmica da FAE, cita outras condições para o lançamento de um curso novo. Além de pesquisas de mercado, que envolvem uma consulta às opções ofertadas por concorrentes, é preciso que o novo curso conste em um catálogo de cerca de 200 cursos e eixos temáticos que o Ministério da Educação mantém. No caso de cursos completamente inovadores, é preciso justificar a abertura da opção ao ministério.

Antes das matrículas, é preciso professores e currículo competitivo

A definição de um corpo docente e a montagem de uma grade curricular que garanta uma formação de qualidade são os primeiros desafios da instituição que decide criar um curso. Esse quebra-cabeça costuma ser montado pelo coordenador.

No caso do recém-lançado curso de Tecnologia em Radiologia, da Universidade Tuiuti, a instituição convidou uma professora da casa para gerir a aposta. "O principal desafio é montar uma proposta capaz de concorrer com opções semelhantes na mesma área. Como diferencial, nós enfatizamos a relação com o paciente", diz a coordenadora Maria Regina Franke Serrato.

No Centro Universitário Uninter, a formação em Tecnologia em Gestão Ambiental foi criada a partir dos esforços do professor Rodrigo Berté, que assumiu a coordenação do curso. "Trabalho nesse projeto desde 2008, mas esperamos para fazer o lançamento depois de algumas conferências ambientais para entendermos as demandas que estavam por vir", explica.

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